São Paulo, terça-feira, 6 de fevereiro de 1996
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Mentiras, drogas e videoteipe

JUCA KFOURI

A Lei Zico determina que 1% dos valores dos passes registrados na CBF, da venda de passes para o exterior e das rendas das competições organizadas pela entidade seja repassado para um fundo de amparo ao atleta profissional.
Até hoje a CBF não passou um tostão, alegando eventual inconstitucionalidade do artigo. O chefe de gabinete do Indesp (Instituto Nacional de Desenvolvimento do Esporte), Cid Jorge Haui, foi encarregado de resolver a questão com a CBF para tentar evitar uma cobrança judicial.
Tanto bastou para que a turma de Ricardo Teixeira começasse a espalhar que está em curso uma reaproximação dele com o ministro Pelé. Nada mais distante da realidade.
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Domingo foi um dia de terror para os assinantes de TVs a cabo na região paulistana dos Jardins. A Globosat simplesmente saiu do ar por causa das fortes chuvas e a transmissão do jogo entre Palmeiras e Mogi Mirim, pela TVA, foi interrompida.
As TVs abertas continuaram normalmente no ar, o que obriga a pergunta: cadê a maravilhosa tecnologia das TVs por assinatura? No domingo deu para lembrar dos anos 50.
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E por falar nelas: a briga judicial em torno dos direitos de transmissão do Campeonato Carioca entre ambas revela com clareza quem são os cartolas brasileiros.
A TVA assinou um contrato de exclusividade com a Federação do Rio de Janeiro por um pequeno valor num momento em que o futebol fluminense estava em baixa.
Agora, diante da recuperação do futebol do Rio, a Globosat assinou outro contrato, pagando bem mais, com os mesmos direitos de exclusividade, embora o da TVA esteja em plena vigência. Eduardo Viana, o Caixa D'Água, Kleber Leite e Eurico Miranda querem simplesmente rasgar o que já estava assinado, como, aliás, sempre fizeram.
E pensar que as próprias TVs poupam essa gente para não tornar as negociações ainda mais difíceis.
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O jornalista João Marcos Carvalho, ex-colaborador do caderno "Mais", desta Folha, está desaparecido. Cerca de um mês atrás ele dizia que estava indo para a Colômbia onde iria buscar uma fita de vídeo que revelaria pelo menos dois encontros de um importante dirigente do futebol de São Paulo com o então chefe do Cartel de Cali, Pablo Escobar, já morto. Desde então Carvalho nunca mais deu sinal de vida.

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