São Paulo, terça-feira, 6 de fevereiro de 1996
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Próxima peça é um musical

NELSON DE SÁ
DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO

"Pérola" não é um musical, mas já tem o jeito, com toda aquela atmosfera de Esther Williams, de musical da Metro.
Agora Mauro Rasi prepara um musical, propriamente. A estréia está programada para maio no Rio, depois São Paulo.
Ele escreve, sempre confessional, uma peça sobre as suas "tias", muito conhecidas no Rio, personagens que marcam as suas crônicas e que também são, à distância, inspiradas em Bauru.
*
Folha - "Pérola" tem uma certa relação com os musicais.
Mauro Rasi - Eu tenho uma paixão profunda pelos musicais. A "Pérola" é um musical sem música, porque a personagem tinha fascinação por isso. Ela tem uma relação visceral com a Metro.
Folha - E agora você está escrevendo um musical. Por quê?
Rasi - Bom, antes de escrever para o teatro, antes de ser escritor, eu sou professor de música. Estudei 12 anos de piano. Tive aulas com o maestro Souza Lima, com a dona Madalena Tagliaferro. Eu ia ser concertista. Eu queria ser regente. Eu lia aqueles livrinhos, a vida de Mozart, a vida de Verdi. Eu queria tanto ser menino prodígio. Encantar o papa, tocar no Vaticano. Deixar Bauru arrasada.
Folha - E este musical?
Rasi - Ah, este musical. É uma mistura de Jean Cocteau com Walter Pinto. Eu não sou o Wolf Maya, nem o Andrew Lloyd Weber.
Folha - Stephen Sondheim.
Rasi - Eu adoooro o Stephen Sondheim. Eu gosto de todos. Aliás, "Pérola" eu termino com "Carousel", só que com a Judy Garland cantando. É o final, quando ela morre, cantando, "You Never Walk Alone". É lindo.
Folha - E o musical das "tias", você já começou?
Rasi - Já comecei.
(NS)

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