São Paulo, terça-feira, 6 de fevereiro de 1996
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Viagens; Cartas de navegação; Sorriso; Tristeza; Impasse decepcionante; Agressão à fé; Indifolhas

Viagens
"A propósito da reportagem 'Raytheon patrocinou viagem de crítico do Sivam nos EUA', publicada em 1º/2 pela Folha, informo que o senador Gilberto Miranda viajou para os EUA às suas expensas (bilhetes Varig e Transbrasil nºs 1042-2423-6342-572 e 2.65342992732732) e em caráter oficial, uma vez que se ausentou do país com autorização do Senado Federal. Todas as marcações de encontros, viagens, deslocamentos, hospedagem, enfim, a agenda oficial do senhor senador nos EUA, foram de responsabilidade da Embaixada Brasileira em Washington. A agenda cumprida pelo senador Gilberto Miranda nos EUA foi estabelecida pela Embaixada do Brasil, em Washington, tendo como acompanhante o secretário José Carlos da Fonseca Júnior, diplomata, primeiro-secretário da Embaixada Brasileira em Washington. O esclarecimento é indispensável porque o texto da reportagem induz o leitor a conclusão equivocada, incompatível com a verdade dos fatos e com a ética jornalística, tão esquecidas nos dias atuais."
Vicente Limongi Netto, assessor de imprensa do senador Gilberto Miranda (Brasília, DF)

Resposta do jornalista Lucas Figueiredo - A carta não contesta informação de que o senador utilizou avião da empresa norte-americana Raytheon em duas viagens internas nos EUA (Massachusetts/Virgínia e Virgínia/Nova York). Conforme cita a reportagem, a Embaixada do Brasil em Washington confirma que organizou a viagem, mas afirma que seguiu estritamente instruções do senador, passadas por intermédio do Ministério das Relações Exteriores.

Cartas de navegação
"A desatualização, pelo visto em seus artigos, de Antonio Callado em relação à Amazônia é algo espantoso: sua viagem num gaiola, em 1949, entre Belém e Manaus, em cuja sala de pilotagem havia uma carta feita pela Marinha norte-americana, é algo paleontológico. Há mais de 30 anos, pelo menos, a Marinha do Brasil, por meio da DHN (Diretoria de Hidrografia e Navegação), vem fazendo levantamentos dos principais rios navegáveis na Amazônia. Só o Amazonas/Solimões tem mais de dez cartas, encontráveis à venda nas capitanias dos portos e num sem-número de embarcações da Amazônia. Eu mesmo, que em 20 anos fiz 65 mil milhas pelos rios da Bacia Amazônica, pude consultar essas cartas de navegação que a Marinha fez com grande competência. Talvez Callado não saiba que o rio Paraguai na parte brasileira também tem carta feita pela Marinha. Permito-me essa lembrança já que pelo artigo de Callado (13/1) tem-se a impressão de que inexistem trabalhos dessa ordem feitos por nós. Não se preocupe, Callado, a Amazônia é cobiçada há 400 anos e continua nossa. Leia, datíssima vênia (perdoe-me o palavrão), 'A Amazônia e a Cobiça Internacional', de Arthur Cézar Ferreira Reis. Não fica bem para articulista de sua expressão escrever sem fazer algumas consultas."
Jorge Baleeiro de Lacerda (Francisco Beltrão, PR)

Resposta do articulista Antonio Callado: Agradeço ao ilustre missivista a informação. A da minha viagem é correta. Folgo em saber que hoje em dia é tão fácil encontrar mapas brasileiros sobre aquela região.

Sorriso
"Tenho lido jornais e uma coisa me intriga: em todas as fotos em que o presidente aparece ele está sorrindo. Do que o senhor está rindo? Ora, só porque abaixou a inflação: isso, mais cedo ou mais tarde, alguém teria de fazer. Senhor presidente: olhe para trás, desemprego, saúde na UTI, educação falida, estradas esburacadas etc. Mas do que é que o senhor está rindo?"
Jorge Pedrazzani (Londrina, PR)

Tristeza
"Otavio Frias Filho é um homem brilhante. A transformação da Folha num dos maiores jornais do mundo é obra de sua mão. Tem um gabinete onde recebe príncipes, reis, presidentes e bispos. É autor de lindas histórias infantis, que li no livro do meu filho, e do artigo de 1º/2 na Folha. Triste, infeliz, sem esperança. Seus artigos poderiam e deveriam transbordar de alegria, felicidade, fé e esperança. Não dá para entender."
Silas Fonseca do Valle (São Paulo, SP)

"Sobre o artigo de Otavio Frias Filho, em 1º/2, já escreveu Salomão em Ec.1,3: 'Vaidades de vaidades, diz o pregador; tudo é vaidade'. Por que somos, então, consumidores compulsivos, narcisistas incorrigíveis, solitários e nossas aquisições nos tornam mais vazios? Porque estamos afastados e deformados da imagem e semelhança daquele que nos criou. Somos egoístas. Qual a solução? 1- Crer que Jesus Cristo é o filho do criador. 2- Crer que Ele veio nos mostrar o caminho. 3- Crer que Ele deu a sua vida por mim e por ti. 4- Aceitá-lo."
Jose Nicolas de Oliveira (Fortaleza, CE)

Impasse decepcionante
"Quero expressar toda a minha decepção quanto a esse impasse dos cachês daquela insólita festa de réveillon da Cidade Maravilhosa. Já é sabido que o Rio está gastando o que não tem para melhorar sua imagem e o seu prefeito, César Maia, superfatura um show cuja verba sai do bolso do povão que crê piamente que é 'grátis'. Me desculpem srs. artistas, mas um pouco de bom senso na hora de distinguir um convite para show feito por uma empresa privada e algum órgão público não faz mal a ninguém. Esse cachê cobrado por vocês é um absurdo. Mais absurdo ainda é essa picuinha pelo vil metal."
José Luiz Vandromel (São Paulo, SP)

Agressão à fé
"A Folha, agnóstica, agride a fé dos cristãos católicos quando, nos editoriais, estabelece comparações entre a Universal do Reino e a Igreja Católica. Com o mínimo de bom senso percebe-se claramente que os cínicos mercadores da fé, que se auto-denominam 'pastores ou bispos', se leram os evangelhos, preferiram a prática dos escribas e fariseus aos ensinamentos de Cristo. Creio que já amadurecemos o bastante para não confundir extorsão e propaganda enganosa com liberdade religiosa e democracia. A concessão de um canal de TV afronta a nossa nacionalidade."
José Francisco Barbalho (Descalvado, SP)

Indifolhas
"Desde o início achei excelente a Folha ter um ombudsman e considero o atual, Marcelo Leite, o melhor deles. Concordo em gênero, número e grau com o ombudsman quando ele critica os Indifolhas (edição do dia 14/1). Há anos os Indifolhas me dão a impressão de serem inúteis; frequentemente são ridículos. O espaço nobre num jornal é algo valioso demais para ser desperdiçado com Indifolhas. Espero que a Folha tenha a coragem (de afrontar algum cânone interno) e acabe logo com os Indifolhas."
Jerzy Mateusz Kornbluh (São Paulo, SP)

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