São Paulo, quarta-feira, 7 de fevereiro de 1996
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A jogada; Alívio franciscano; Escudo oficial; Governar é dividir; Escrito nas estrelas; Holofote; Freio; Marimbondo de fogo; Opção mexicana; Sigilo telefônico; Herdeiro político; Erro de cálculo; Homenagem; Máquina mortífera; Boca fechada; Espólio paulista; Rolo compressor

A jogada
FHC determinou que seus líderes no Congresso fizessem "um esforço até as últimas consequências" para selar o acordo da Previdência com Vicentinho. Com isso, o presidente acha que matou vários coelhos com uma cajadada só.

Alívio franciscano
No Planalto, avalia-se que, com o acordo da Previdência, a base governista não poderá fazer pressões na linha do "é dando que se recebe". Teme-se que, em ano eleitoral, os governistas se recusem a votar medidas impopulares.

Escudo oficial
FHC acredita que as reformas administrativa e tributária deslancharão se as centrais sindicais, especialmente a CUT, continuarem a negociar com o governo. É uma forma de dar um selo popular aos planos do Palácio do Planalto.

Governar é dividir
Com o acordo da Previdência, FHC novamente deixou o PT isolado e estremeceu a relações do partido com a CUT. O presidente e um líder petista concordam em um ponto: o partido e a central voltarão a se chocar no futuro.

Escrito nas estrelas
Na cúpula petista, avalia-se que o partido jamais teria outra opção a não ser votar contra o relatório de Euler Ribeiro sobre a reforma da Previdência. Desde os ataques de deputados a Vicentinho, esse destino estava selado.

Holofote
Segundo levantamento do Diap, 130 parlamentares são pré-candidatos a prefeito nas eleições deste ano. Cerca de 90 deverão mesmo disputar. Apenas 20 têm chances reais de se eleger.

Freio
O PPB aconselhou discrição a Francisco Dornelles (RJ), candidato ao lugar de Dorothéa Werneck em eventual reforma ministerial a partir de abril.

Marimbondo de fogo
Adversários da reforma da Previdência no Congresso estão atentos ao silêncio do governo sobre o fim das aposentadorias especiais, especialmente a dos militares, juízes e parlamentares. Acham que FHC teme mexer nessas áreas.

Opção mexicana
A agenda de FHC no México neste mês inclui acordo de transferência de tecnologia do Proálcool. Os mexicanos querem adicionar álcool à gasolina para amenizar os efeitos da poluição ambiental provocada por carros.

Sigilo telefônico
A Procuradoria da República recebeu novo pedido da Câmara para quebra de sigilo telefônico de Marquinho Chedid (PSD-SP), Vicente André Gomes (PDT-PE) e Eurico Miranda (PPB-RJ), acusados de envolvimento na "caixinha" do bingo.

Herdeiro político
FHC vai ter que se esforçar muito para vencer as resistências no Senado ao projeto que transfere para a Justiça comum os crimes de PMs, herança do regime militar. O vice Marco Maciel é um dos maiores adversários da mudança.

Erro de cálculo
O Planalto tinha dado ordens a Jobim para não responder às críticas ao decreto dos índios. Por achar que o ministro estava apanhando muito, seus auxiliares o convenceram a desrespeitar a orientação do governo.

Homenagem
Na viagem ao Japão em março, FHC e sua mulher, Ruth, receberão o título de professor honoris causa da Universidade de Sofia -uma das duas principais do país. Pela primeira vez na história, a honra vai para marido e mulher.

Máquina mortífera
Há resistências na base do PSDB ao namoro com Maluf para a disputa da Prefeitura paulistana. Mas a previsão é que, a exemplo da aliança para a eleição de FHC, os dissidentes serão triturados.

Boca fechada
Sérgio Motta continua candidatíssimo. Mas vai adotar a tática do silêncio para evitar ataques de aliados e adversários. Vai dizer nas entrevistas que gostaria de ficar no ministério, mas que há pressões para que se candidate.

Espólio paulista
Covas vai enviar nos próximos dias à Assembléia projeto que define os critérios de seu plano de privatização. Vinte empresas poderão ser vendidas. O patrimônio líquido delas é de R$ 20 bilhões. O filé são as do setor energético.

Rolo compressor
As comissões técnicas da Assembléia paulista vão analisar e aprovar hoje o projeto que autoriza o acordo do Banespa. O correto seria três dias para cada uma das três comissões responsáveis pela avaliação aprovar o projeto.

TIROTEIO
Do deputado Delfim Netto (PPB-SP), sobre o acordo da reforma da Previdência:
- A gente custa a acreditar que o governo engane tanto com tão pouco conteúdo. Houve alguns avanços, mas chamar isso de reforma é uma extravagância.

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