São Paulo, quarta-feira, 7 de fevereiro de 1996
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Manifestantes vaiam Genoino e Vicentinho

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, e o deputado José Genoino (PT-SP) foram vaiados e agredidos verbalmente por manifestantes ontem à saída do Congresso Nacional.
Os manifestantes chegaram a chutar e esmurrar o carro do presidente da CUT no Distrito Federal, José Zunga, onde estava Vicentinho. Os manifestantes eram funcionários públicos e ligados às correntes mais à esquerda da central, PSTU e PC do B.
Eles foram à Câmara a convite do Fórum das Oposições, contrário ao acordo e à proposta de reforma na Previdência Social.
"Pelego, traidor", gritaram quando Vicentinho deixou a Câmara pela porta lateral do prédio do Congresso, onde estava estacionado o Fiat Uno de Zunga.
O sindicalista chegou a segurar Vicentinho pelo braço para acelerar o passo, mas Vicentinho disse que não iria "correr". "Tem um bando de marajás aqui", afirmou Vicentinho à Folha.
Os manifestantes seguiram Vicentinho. A diretora do Sindicato dos Trabalhadores da Universidade de São Paulo, Neli Maria Wada, ficou batendo no capô do carro, enquanto outro manifestante chutava a traseira do Fiat.
Vicentinho ainda tentou explicar que os funcionários públicos tiveram ganhos na negociação, com a manutenção da aposentadoria proporcional. Antes de terminar a frase, Zunga acelerou o carro para fugir da agressão.
Genoino foi agredido com empurrões e ameaça de chutes: "É uma atitude de intolerância, de uma visão de esquerda falida, que não sabe conviver com o debate democrático e parte para a agressão física", disse o deputado.
Os outros participantes da reunião também foram vaiados quando deixaram a reunião para o almoço. O presidente da CGT (Confederação Geral dos Trabalhadores), Canindé Pegado, também foi chamado de "pelego".

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