São Paulo, quarta-feira, 7 de fevereiro de 1996 |
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Credibilidade em alta A intensa entrada de capitais nos primeiros dias deste mês indica que a credibilidade do Brasil está em alta e mostra, mais uma vez, a impressionante agilidade dos fluxos financeiros internacionais. Não resta dúvida de que grande parte das entradas se deve às elevadíssimas taxas de juros pagas pelo governo brasileiro. É certo também que a expectativa de que serão introduzidos mecanismos de alongamento das aplicações precipitou as entradas neste início de mês. Ainda assim, o afluxo de US$ 839 milhões em apenas três dias úteis chama a atenção para o extraordinário potencial da globalização. O acesso ao mercado mundial de capitais abre enormes possibilidades ao setor produtivo brasileiro. E, simultaneamente, coloca novos desafios para as empresas do país. Trata-se de operar em um mercado que funciona 24 horas por dia, sujeito ao impacto de decisões tomadas em várias capitais do globo. Um fato aparentemente distante, como a queda dos juros nos EUA, por exemplo, não só contribuiu para as recentes entradas financeiras como tende a influenciar os contratos de câmbio nos próximos meses. Chega a ser surpreendente a alteração no ambiente externo em relação ao Brasil. Em março de 95, sob impacto da crise mexicana, saíram US$ 4,12 bilhões. No mês seguinte, apesar da forte elevação dos juros internos, ainda foram registradas saídas líquidas de US$ 259 milhões. Agora, mesmo com a perspectiva generalizada de que a remuneração do dinheiro no Brasil está em lenta queda, há quase uma corrida para trazer recursos. Trata-se de uma demonstração de que os juros realmente estavam, e estão, altos demais. Mas é também uma otimista aposta no Brasil. Próximo Texto: Censura não Índice |
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