São Paulo, quinta-feira, 8 de fevereiro de 1996 |
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Crescimento deve ser inferior a 5%
DANIELA FALCÃO
Para Akhtar Badshah, diretor do Projeto Mega-Cities (grupo que se dedica ao estudo de cidades com mais de 10 milhões de habitantes) não há como oferecer serviços básicos de qualidade a uma cidade que cresça em ritmo superior a 5% ao ano. "Por mais eficiente e rico que seja o país, é impossível atender a uma população que cresça tanto", Badshah. Segundo ele, os serviços mais prejudicados quando a população cresce rápido demais são saneamento básico e coleta de lixo. "Energia não é o problema. Expandir a rede é relativamente simples. Mas a construção de esgotos é muito complicada. Se o crescimento é rápido, é inevitável que parte da população viva sem qualquer higiene." Os centros urbanos com mais de 7 milhões de habitantes também apresentam dificuldades maiores porque passa a ser necessário investir em obras de grande porte, como metrô. "Não há problemas nas megacidades de países desenvolvidos. Em geral, os governos têm como arcar com o investimento necessário. Mas nas nações em desenvolvimento, muitas obras necessárias deixam de ser feitas por causa da falta de recursos." Segundo Badshah, a consequência é o agravamento de problemas de trânsito (devido à falta de metrô), proliferação de epidemias (ausência de saneamento) e criminalidade (causada pelo desemprego). "Cidades com mais de 10 milhões de pessoas não são inabitáveis. O problema é que 17 das 20 maiores cidades do mundo estão em países em desenvolvimento", diz. (DF) Texto Anterior: Especialista defende descentralização como solução Próximo Texto: ONU recomenda casa de bambu Índice |
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