São Paulo, quinta-feira, 8 de fevereiro de 1996 |
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Corporativismo Uma das iniciativas mais importantes e sensatas para ao menos aliviar a tendência de desemprego crescente corre o risco de naufragar devido a uma apressada intransigência de sindicatos e organizações empresariais. Trata-se da redução dos encargos cobrados sobre a folha de pagamentos. É natural que os representantes dos assalariados mostrem-se hostis a qualquer alteração se ela viesse a reduzir valores recebidos em dinheiro, como o 13º salário e o abono de férias sem compensações. Pode-se também compreender que o presidente da Fiesp tenha receio em relação a mudanças nas contribuições ao Sesi e ao Senai. Afinal, o presidente de cada federação estadual da indústria é quem preside, estatutariamente, os respectivos conselhos estaduais do Sesi e do Senai, responsáveis pela administração dos recursos. Mas o fato é que o país, como de resto o mundo, enfrenta um desafio novo, que tornou obsoleto o modo como a lei acomodou os vários interesses. Enquanto a indústria absorvia os contingentes vindos do campo, não era tão grave que a folha de salários fosse base de cálculo para contribuições destinadas aos mais diversos fins. Hoje, manter essa situação é, para dizer o mínimo, uma miopia política e econômica. A reação corporativa de diversos segmentos sociais contra uma discussão evidentemente necessária não demonstra a mesma maturidade que a negociação sobre a reforma da Previdência pareceu indicar. Já bastam as dificuldades reais, não é preciso agravá-las com o peso de preconceitos e desconfianças. Texto Anterior: Remédio não é vacina Próximo Texto: Mitos da reengenharia Índice |
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