São Paulo, sexta-feira, 9 de fevereiro de 1996
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Segundo turno; Corrida de obstáculo; Parada de sucessos; Governo garante; Perdão divino; Prova de fogo; Bom exemplo; Ciumeira; Braços cruzados; Carta marcada; Moeda de troca; Punição; Desconfiança; Fim de festa; Pelo menos uma; Enxugamento; Por um triz; Visita à Folha; TIROTEIO

Segundo turno
Líderes do governo definiam ontem como "acidente favorável" a confusão envolvendo a renúncia do presidente da comissão especial da reforma da Previdência. Para eles, tudo agora será mais fácil com a votação no plenário.

Corrida de obstáculo
O que os governistas mais festejaram foi a eliminação da fase de apreciação dos 300 destaques apresentados pela oposição na comissão da Previdência. Agora, haverá destaques apenas no plenário.

Parada de sucessos
Com o desfecho da crise da Previdência, a análise em Brasília é que saem ganhando FHC e Vicentinho. Perdem o PT, porque se isolou, e o Congresso, por ter de referendar acordo para o qual teve uma participação insignificante.

Governo garante
Após a renúncia de Jair Soares, Vicentinho ligou para Luiz Carlos Santos, líder do governo. "O que vai acontecer com esse imbróglio todo?", perguntou. "Fique tranquilo. Todos os compromisso serão mantidos", respondeu Santos.

Perdão divino
Pivô da renúncia de Jair Soares, Inocêncio de Oliveira implorou ao deputado para reconsiderar sua decisão. "Peço desculpas publicamente", disse. "Só Deus para fazer eu voltar atrás", respondeu Soares, encerrando a conversa.

Prova de fogo
A renúncia de Jair Soares teve lances engraçados. "Esse é o único gaúcho macho do Congresso", gritava, do fundo do plenário, um inflamado deputado da esquerda gaúcha. Depois, ele organizou fila de colegas para abraçar Soares.

Bom exemplo
Auxiliares de FHC sugeriam ontem ao PT seguir o exemplo de Vicentinho. Mesmo discordando da proposta oficial da reforma da Previdência, aceitou o diálogo e fez sua contraproposta. Emplacou 14 pontos no texto final.

Ciumeira
Na crise da Previdência, uma das tarefas mais difíceis do Planalto foi administrar as cenas de ciúmes de sindicalistas. Principalmente as de Luiz Antônio de Medeiros, da Força Sindical.

Braços cruzados
O Congresso completou ontem um mês de convocação extraordinária. Só o salário dos deputados custará cerca de R$ 8,2 milhões. O balanço de suas atividades é fraquíssimo. Não foi votada uma única emenda constitucional.

Carta marcada
A intervenção do BC em uma petroquímica de Ângelo Calmon de Sá deixou muita gente intrigada. Acredita-se ter sido uma exigência do Excel, comprador do Econômico. Sem a intervenção, a compra do banco "melaria".

Moeda de troca
FHC promete dar um reajuste maior para os aposentados que ganham um salário mínimo caso tenha sucesso na reapresentação no Congresso de projeto que cobra contribuição de inativos. Essa proposta já foi rejeitada em janeiro.

Punição
Com os documentos da investigação sobre o Banco Econômico enviados à Procuradoria da República, o Planalto acha ter o suficiente para pedido de prisão do banqueiro Ângelo Calmon de Sá.

Desconfiança
O BC diz que investigou Calmon de Sá pensando em mandar à Procuradoria o maior número de provas contra ele. Não deve ter sido difícil. O BC já sabia da situação do Econômico desde 1994.

Fim de festa
A renúncia de Jair Soares prejudicou o Carnaval de muita gente. Com a leitura do projeto da Previdência na terça, deputados que pensavam em antecipar a folia terão que vir a Brasília.

Pelo menos uma
Roberto Requião (PMDB-PR) quer criar o Disque Sivam, expediente que usou contra Quércia, seu desafeto. "No caso do Sivam, é para apontar pelo menos alguma coisa regular no projeto", diz.

Enxugamento
Até o fim de março o Planalto conclui programa de terceirização de serviços. O corte de 10% de seus 2.081 servidores será feito gradualmente até dezembro.

Por um triz
Insatisfeito com Gilberto Lehfeld, Maluf já decidiu. Da próxima vez que um caminhão parar o trânsito, como aconteceu anteontem e ontem, o presidente da Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo cai.

Visita à Folha
O embaixador de Israel no Brasil, Yaacov Keinan, e o cônsul de Israel em São Paulo, Yael Ravia, visitaram ontem a Folha.

TIROTEIO
Do deputado Valdemar Costa Neto (PL-SP), sobre a provável candidatura de Sérgio Motta à Prefeitura de São Paulo:
- É puro blefe. O Serjão inventou isso para abafar o escândalo dos contratos da Telesp.

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