São Paulo, sexta-feira, 9 de fevereiro de 1996
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Carnaval pode atrasar votação

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O início da votação da reforma das aposentadorias já corre o risco de atrasar novamente. O cronograma acertado ontem depende da presença de 308 dos 513 deputados em plenário na terça-feira que antecede o Carnaval.
Uma missão quase impossível para os líderes de partidos que apóiam o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Convocada ontem pelo presidente da Câmara dos Deputados, deputado Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), para a leitura do relatório da reforma da Previdência Social no plenário, a sessão da terça-feira atrapalhou os planos da maioria dos deputados.
Como as sessões do período de convocação extraordinária do Congresso não têm sido computadas para efeito de falta ou desconto nos salários, muitos deputados planejavam esticar a próxima semana com o feriado.
Alegam que não há mais vagas em vôos que saem de Brasília na véspera do Carnaval.
O novo calendário ameaça também o bolso dos deputados. Quem faltar na próxima semana poderá ficar sem a segunda parcela da ajuda de custo devida pela convocação extra durante as férias. São exatos R$ 8 mil a menos no contracheque.
"Isso é um problema", constatou o diretor-geral da Câmara, Adhelmar Sabino, adiantando que os deputados terão de optar entre o Carnaval ou o dinheiro.
Vôos lotados
"Quem vier para a reforma correrá o risco de passar o Carnaval em Brasília porque não tem mais lugar em avião nenhum", disse o diretor-geral.
Mais uma complicação para a base de apoio do governo no Congresso. A partir de hoje, as lideranças dos partidos aliados estarão dedicadas ao trabalho de convocar os deputados.
Para a votação da reforma da Previdência, os líderes calculam que precisarão lotar o plenário. Como se trata de um tema polêmico, no qual não há acordo prévio, pelo menos 500 dos 513 deputados deverão estar presentes para que a votação ocorra com uma margem mínima de segurança.

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