São Paulo, sexta-feira, 9 de fevereiro de 1996
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Crise financeira faz ONU reduzir investimento

DANIELA FALCÃO
DE NOVA YORK

A maioria dos recursos utilizados para organizar a 2ª Conferência de Assentamentos Humanos da ONU (Habitat 2) veio do governo da Turquia (sede do encontro) e de fontes externas. É a primeira vez que uma conferência da ONU recebe tão pouca verba da entidade.
Segundo Wally N'Dow, secretário-geral do Habitat 2, a ONU não pôde ceder mais recursos devido à crise financeira pela qual está passando. Os 185 países membros devem à ONU cerca de US$ 3,3 bilhões. Os EUA são responsáveis por metade desta dívida.
O custo total da conferência é estimado em cerca de US$ 35 milhões. O comitê organizador ainda precisa arrumar empréstimos no valor de US$ 5 milhões para cobrir os gastos com a conferência.
Até agora, as Nações Unidas contribuíram com US$ 1,06 milhão. Segundo N'Dow, a entidade deve oferecer no máximo mais US$ 680 mil para o Habitat 2.
O setor privado (fundações, universidades e bancos de desenvolvimento) contribuiu com US$ 10 milhões. Outra parte da verba veio de doações dos 185 países-membros (US$ 4,5 milhões) e de agências afiliadas à ONU, como Unicef e Unesco (US$ 4 milhões).
As agência contribuem com o empréstimo de funcionários de suas folhas de pagamento para a organização do Habitat 2. Não há doação em dinheiro. A maioria das doações dos países-membros é para cobrir o custo de viagens e hospedagens dos organizadores.
A Turquia deve gastar cerca de US$ 10 milhões na organização do encontro. Além desta verba, está construindo um centro de convenções para abrigar seus participantes orçado em US$ 40 milhões.
O embaixador da Turquia junto à ONU, Inal Batu, afirmou que o maior interesse do país em sediar a conferência é recuperar sua posição no mercado de turismo mundial, comprometida por causa da Guerra do Golfo. A Turquia também pretende estreitar seus laços com a União Européia.
(DF)

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