São Paulo, sexta-feira, 9 de fevereiro de 1996
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Poluição de praias bate recorde no litoral norte

DA REPORTAGEM LOCAL; DA FOLHA VALE

A poluição nas praias do litoral norte de São Paulo chegou ao seu mais alto índice em 12 meses.
Na semana passada, havia 26 pontos impróprios no litoral norte. Algumas praias têm mais de um ponto de medição.
O número de praias poluídas em todo o litoral paulista, incluindo Baixada Santista e litoral sul, no entanto, diminuiu em relação ao boletim anterior.
Os pontos impróprios na Baixada Santista e litoral sul caíram de 46 para 40 (leia texto ao lado).
A Cetesb atribui a piora da condição das praias à grande quantidade de pessoas nas cidades litorâneas nas férias e às chuvas.
Com o aumento da população do litoral no verão, também cresce a emissão de esgoto nos córregos e galerias de águas pluviais, que desembocam nas praias.
A principal causa da poluição das praias é o lançamento de esgoto doméstico no mar.
As praias são classificadas de acordo com o número de coliformes fecais (bactérias presentes nas fezes) na água.
Uma praia é considerada imprópria para o banho quando registra mais de mil coliformes fecais para cada cem mililitros de água, em pelo menos duas das cinco análises semanais da Cetesb.
As chuvas pioram o problema, segundo o engenheiro Helio Bressan Júnior, 44, da Cetesb.
"Mesmo nos locais onde há emissários submarinos, o sistema não suporta o excesso de chuvas e transborda, piorando as condições das praias", diz.
Segundo ele, nesses sistemas há um mecanismo que permite que a água extravase, em caso de excesso. "Se não fosse assim, o sistema explodiria", afirma.
O relatório desta semana inclui pela primeira vez entre os trechos impróprios as praias Lagoinha e Dura (Ubatuba), e Barra do Sahy (São Sebastião).
Na análise da Cetesb, a situação deve se manter a mesma durante o Carnaval, em razão da "superpopulação" de turistas.
"As praias só voltarão a ficar boas depois do Carnaval", diz o gerente do setor de águas litorâneas da Cetesb, Mário Camargo.
Para Camargo, a falta de saneamento básico na região contribuiu para o aumento de praias poluídas.
A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) informou que 30% das casas da região têm rede de coleta e tratamento de esgoto.
A Cetesb e as prefeituras da região pretendem colocar bandeiras para orientar os banhistas.
A bandeira vermelha significa que a praia está imprópria para banho. A verde indica que a praia está em boas condições.
Os prefeitos de São Sebastião, Luiz Alberto de Faria (PDT), e de Caraguatatuba, Sidney Trombini (PMDB), temem que aumento do número de praias poluídas possa afugentar os turistas.

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