São Paulo, sexta-feira, 9 de fevereiro de 1996 |
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BC quer capital produtivo
CARLOS ALBERTO SARDENBERG
O BC também alterou duas das sete modalidades de empréstimo em moeda. Não mexeu nos financiamentos a importação e exportação, nem na entrada de dinheiro proveniente dos organismos internacionais. Os quatro tipos de investimento externo são: a. Direto - aplicação em fábricas, imóveis, lojas; não foi alterado; é considerado o melhor investimento, pois se trata de dinheiro em atividade produtiva de longo prazo; no ano passado, o país recebeu US$ 3,2 bilhões; b. Ações - dinheiro para aplicação em bolsa, também considerado positivo e de prazo longo; não foi limitado; mas o BC impediu que o sistema fosse utilizado para entrada de dinheiro para privatizações e aplicação em renda fixa; no ano passado, entraram US$ 22,5 bilhões para ações, mas boa parte era para renda fixa; c. Fundos de privatização - dinheiro que entra para compra de moedas de privatização; passou a pagar IOF. d. Fundos de renda fixa - o investimento mais especulativo; dólares que entram para aplicação em títulos que pagam as mais altas taxas de juros do mundo; esse investimento já estava muito limitado. Por essa via, as empresas brasileiras, inclusive muitas estatais, tomaram US$ 9,6 bilhões, mais de 60% do total de empréstimos em moeda. A partir de agora, esses empréstimos só poderão ser tomados com no mínimo três anos de prazo (era dois). O diretor de Assuntos Internacionais do BC, Gustavo Franco, sustenta que hoje a maior parte desses empréstimos se dá em prazos de três a quatro anos. A outra restrição aplicou-se a uma modalidade chamada "operação 63", quando um banco aqui instalado toma empréstimo em dólar, converte para reais e empresta por aqui. O uso é restrito. No ano passado, entraram apenas US$ 817 milhões nessa conta. Não houve limitação nos empréstimos entre companhias, quando, por exemplo, a sede de uma multinacional empresta para a subsidiária. Esse empréstimo é considerado bom. Também não foram atingidos os financiamentos à importação, em geral negócios de prazo médio e longo. Texto Anterior: REPERCUSSÃO Índice |
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