São Paulo, sexta-feira, 9 de fevereiro de 1996 |
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Zagallo senta no chão para simbolizar 'salário pequeno'
MÁRIO MAGALHÃES
Ao ouvir referência ao faturamento -salário e bonificações- de US$ 100 mil do treinador do Flamengo, Joel Santana, Zagallo sentou no gramado e disse, olhando para quem estava à sua volta, em pé: "Olha eu aqui." À tarde, rindo, afirmou que sentou "para fugir do sol". Ele falaria à noite com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira. "Esse assunto é exclusivo do empregado com o empregador", afirmou Teixeira, ao chegar a Teresópolis. "Não falo nada." Em dezembro, em entrevista à Folha, Zagallo revelou que desde julho de 94, após o Mundial, ele tem só contrato verbal com a CBF. Até então, Zagallo era coordenador técnico da equipe e tinha contrato legal, assinado, como o treinador Carlos Alberto Parreira. "Tenho espírito amadorista. Só quero o reconhecimento pelo que fiz e faço na seleção." Depois da chegada de Ricardo Teixeira, o técnico mudou o discurso: "Aceito até fazer um contrato verbal, se for o caso". Zagallo disse que admite dirigir a seleção brasileira até o ano 2000. Ele se nega a revelar o salário. "Fiquem tranquilos que nunca fiquei no vermelho." É provável receba acima de R$ 35 mil. Zagallo, 64, tem dito que quer um contrato que lhe dê "respaldo". Para ele, "técnico não tem a menor segurança no Brasil." Também ontem à noite, o presidente da CBF informaria aos jogadores o valor do prêmio pelo título. Na semana passada, ele havia sido definido em cerca de R$ 10 mil, embora não seja revelado. Um dirigente da CBF afirmou ontem, no entanto, que cada atleta pode ganhar até R$ 20 mil pela classificação, a mesma quantia dos jogadores da seleção principal pela qualificação à Copa-94. Os jogadores só saberiam o valor à noite, quando lhes foi apresentado o chefe da delegação ao Torneio Pré-Olímpico: o presidente do Palmeiras, Mustafá Contursi, o mesmo da Copa de 94. Texto Anterior: Me engana que eu gosto Próximo Texto: Técnico protesta contra a tabela Índice |
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