São Paulo, sexta-feira, 9 de fevereiro de 1996
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Roppongi quer reproduzir Japão ocidental

JOSIMAR MELO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Uma visão do Japão cosmopolita, com seu visual ocidentalizado e pouco folclórico, além de cardápios japonês e ocidental: assim é o ambicioso restaurante Roppongi, aberto no fim do ano passado.
O ambiente é escancaradamente high-tec. Enorme, em forma de L, com bar, dois salões, balcão de sushi sob um telão que transmite comerciais japoneses. Durante o dia entra luz natural num dos ambientes; o clima muda muito à noite, quando um clima mais de bar agitado se impõe. Os móveis, como as paredes, misturam tons de preto e cinza, assim como materiais diferentes (madeira, vidro, plástico, aço escovado).
A decoração é inspirada em restaurantes de Roppongi, um bairro moderno de Tóquio, e é de autoria do proprietário Luiz Henrique Marcondes, dono do Café Cancun.
Na concepção da casa ele não esqueceu detalhes como as taças de cristal para servir saquê (é como se toma a bebida -pelo menos em restaurantes- no Japão); bonitas porcelanas para servir sushi; cadeiras de moderno design importada da Suíça; uniformes inspirados no dos fiscais de metrô de Tóquio; e a oferta de dois cardápios, um japonês e um ocidental, retratando o que acontece nos restaurantes de Roppongi.
A seção japonesa, coordenada por Hideu Nakajima e Doni Ferreira, restringe-se aos sushis e sashimis no almoço, mas é mais extensa no jantar. Tem ofertas originais, como o ebishinjo (trouxinhas fritas com recheio de camarão, bem sequinhas ostras com molho de shoyu e saquê); pequenos espetinhos (robata) de legumes e carnes (o de polvo é macio e saboroso); teppan yaki (frutos do mar grelhados na chapa); tempura (frituras de legumes e camarão empanado em massa um tanto grossa); e o sukiyaki (cozido de legumes e carnes preparado à mesa).
O lado ocidentalizado da mesa tem também duas faces. Concebido pelo chef Jorge de Valsassina, antigo proprietário do Refugio del Viejo Conde, ele oferece pratos mais simples e triviais, mas bem executados, no almoço (como picadinho; bife com ovo frito, arroz e farofa; spaghetti aos frutos do mar). E à noite, pratos mais trabalhados, como o mero com molho de limão e musse de queijo cottage, ou o peito de pato grelhado, malpassado, com molho de shoyu e azeite.

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