São Paulo, sexta-feira, 9 de fevereiro de 1996
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Livrarias Landi, Cultura e Francesa se destacam na área gastronômica

EITAN ROSENTHAL
ESPECIAL PARA A FOLHA

Achar bons livros de gastronomia na cidade não está fácil. Poucas são as livrarias com sortimento que justifique uma visita e até os mais recentes lançamentos das editoras brasileiras sumiram das prateleiras, que, todavia estão repletas de livros ordinários e coleções baratas em diversos idiomas.
A livraria Landi (al. Tietê, 17, tel. 280-4776), uma das poucas que aposta no filão, dedica uma saleta à gastronomia, onde os livros são expostos de maneira arejada. É um pequeno agrado ao leitor que evita o contorcionismo das prateleiras baixas e os "dá licença" em corredores estreitos.
É o que ocorre na livraria Cultura (av. Paulista, 2.073, tel. 285-4033, Conjunto Nacional). Bem abastecida, esta velha favorita do paulistano se ressente da falta de espaço para livros e gente.
A Landi tem hoje o melhor acervo de livros de "chefs" que atuam no Brasil: Laurent Suaudeau (R$ 79,00), Emmanuel Bassoleil, (R$ 90,00), Claude Troisgros (R$ 85,00), Lucian Boseggia em "O Restaurante Fasano" (R$ 90,00). Em "Comer e Beber com Eça de Queiroz", receitas portuguesas são bem apresentadas no contexto da obra literária e biografia do escritor, redivivo por sua conterrânea Maria de Lourdes Modesto (R$ 100,00).
A livraria Francesa (r. Atílio Innocenti, 920, tel. 829-7956) tem livros e informações sobre cursos de culinária na França. Ali é possível encontrar um curioso "Les Legumes de Mon Moulin", de Roger Vergé (R$ 110,00), com refinadas receitas para os legumes plantados em seu pitoresco sítio. É um prato cheio para vegetarianos. O mais recente do venerando Paul Bocuse, "La Bonne Chere", de 1995, está disponível sob encomenda.
Os livreiros se queixam que seus livros de qualidade se esgotaram no Natal. A eles recomenda-se uma visita à distribuidora Free-Book (tel. 256-0577). Lá tem o maravilhoso "Feu de Saveurs" (R$ 54,60), de Marc Veyrat, o "enfant terrible" da gastronomia francesa. Só a fotografia belíssima, que foge ao lugar-comum do gênero, já justifica esta sua alcunha.
Em geral, para títulos estrangeiros, as livrarias preferem encomendas de clientes a manter estoques. É compreensível, mas a entrega pode demorar até três meses. E quem quer dar um presente, não espera tanto. Isso pressupõe um conhecimento prévio do livro e rouba o prazer do manuseio e da escolha.

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