São Paulo, sábado, 10 de fevereiro de 1996
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CUT decide continuar a negociação

ANA MARIA MANDIM
DA REPORTAGEM LOCAL

A direção nacional da CUT decidiu ontem continuar a negociar com o governo e o Congresso a reforma da Previdência, mas pôs em dúvida a "credibilidade do processo negocial desenvolvido até agora".
O motivo é que o deputado Euler Ribeiro (PMDB-AM), segundo a CUT, não incluiu em seu relatório pontos que haviam sido acordados na comissão especial.
Entre eles, "o corte de aposentadorias privilegiadas, a recuperação do poder aquisitivo dos atuais benefícios, o critério dos fundos de pensão das estatais e a definição do tempo de contribuição".
O presidente da CUT, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, disse que vai insistir no fim da aposentadoria de oito anos para os parlamentares. Ele recomendou aos eleitores acompanhar a posição dos deputados e senadores durante a votação da emenda constitucional da Previdência.
"Muitos dizem que são a favor, mas na hora de votar, votam contra", afirmou.
A CUT vai fazer um calendário de mobilizações, culminando com uma marcha a Brasília que coincida com o início da votação.
A expectativa de que os radicais da CUT (Alternativa Sindical Socialista, Corrente Sindical Classista e Movimento por uma Tendência Socialista) abandonassem a reunião, como aconteceu domingo, não se confirmou.
Eles propuseram que a CUT se retirasse das negociações com o governo e convocasse uma plenária de todos os sindicatos filiados à CUT. A proposta foi derrotada por dois terços dos votos.
Os radicais da CUT, no entanto, divulgaram nota reprovando o comportamento dos sindicalistas que cercaram Vicentinho e o chamaram de pelego e traidor, terça-feira, em Brasília.

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