São Paulo, sábado, 10 de fevereiro de 1996
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País está entre os dez maiores mercados

MÁRCIA DE CHIARA
DA REPORTAGEM LOCAL

Infiltrado no ranking dos países ricos que mais consomem, o Brasil hoje bate verdadeiros recordes de vendas no mercado interno, especialmente após o Plano Real.
O Brasil é, por exemplo, o 2º maior mercado em número de unidades vendidas de cosméticos e produtos de higiene pessoal fabricados pela Avon.
Presente em 120 países, a empresa fechou 95 faturando aqui US$ 1,050 bilhão.
Há 36 anos instalada no país, a Avon informa que até 93, antes, portanto, do Real, o Brasil ocupava a 6ª posição entre os maiores mercados em que atua.
O salto da 6ª para 2ª posição ocorreu em 94, quando as vendas tiveram um crescimento recorde de 70% em relação ao ano anterior. De 94 para 95, o faturamento aumentou 33%.
O Brasil também ocupa posição de destaque nos mapas de vendas do McDonald's.
Em dezembro de 94, as filiais da rede norte-americana que ficam no Shopping Center Norte e no Shopping Center Leste, em São Paulo, foram a 2ª e a 5ª, respectivamente, maiores em vendas do mundo. Perderam apenas para as duas lojas de Moscou (Rússia) e uma de Paris (França).
Em produtos caros, o mercado brasileiro também está entre os maiores do mundo.
No caso das TVs, por exemplo, o país fabricou em 94 cerca de 5,1 milhões de unidades e o foi 6º maior país em produção.
Mas, no ranking do consumo, diz Roberto Macedo, presidente da Eletros, que reúne os fabricantes de eletroeletrônicos, o Brasil está em 2º ou 3º lugar.
É que países como Coréia, Japão e Malásia, apesar de estarem na frente do Brasil em produção, exportam grande parte do que fabricam. "No Brasil, tudo que é produzido é consumido. No ano passado, chegou-se a importar cerca de um milhão de aparelhos."
Os números da Anfavea, associação que reúne os fabricantes de veículos, confirmam o tamanho do mercado brasileiro.
Em 94, foram licenciados no Brasil 1,4 milhão de veículos novos, entre nacionais e importados, exatamente o dobro do registrado em 85. Com isso, o país ficou em 7º lugar no ranking mundial de consumo de carros novos.
"É obvio que o mercado brasileiro é amplo para qualquer produto, devido ao tamanho da população", diz Claudio Felisoni, coordenador do Forum Provar de Varejo da USP.
Mas, segundo ele, a expansão do consumo registrada após a entrada do Real, com a queda da inflação, dá apenas uma pista do verdadeiro potencial do mercado.
"O mercado tem um gás ainda maior em função da redistribuição de renda. Se a população brasileira tem essa capacidade de consumo com a renda concentrada como é hoje, na medida em que houver a redistribuição, as vendas deslacham ainda mais."

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