São Paulo, sábado, 10 de fevereiro de 1996
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Dance music cresce e ganha espaço no Brasil

EVA JOORY
DA REPORTAGEM LOCAL

A dance music ganha espaço no Brasil. Cresce a velocidade e a qualidade das importações, aumenta o intercâmbio de DJs e, principal sinal desta vitalidade, começam a aparecer selos nacionais de lançamentos destinados às pistas de dança.
Mau Mau, 28, mais importante DJ em atividade solta o primeiro single de seu selo batizado "Made in Brazil" no mês que vem. Escolhido melhor DJ de 94 pela revista "DJ Sound" e DJ do ano em 95 pelos leitores da coluna "Noite Ilustrada", Mau Mau é residente do Hell's Club e já tem um disco, "Alive", lançado no mercado brasileiro.
Seu selo pretende revelar novos talentos da cena club ao mercado local e também ao internacional. A idéia é divulgar o som dos DJs de São Paulo nos EUA, onde os discos serão vendidos. Por aqui, ficam somente os promocionais, que serão distribuídos aos DJs.
"Aqui não tem mercado de discos 12 polegadas (discos com uma faixa só, especiais para DJs). Acho que já está na hora de investir nisso", justifica o DJ.
"Quero marcar um estilo novo que possa ser reconhecido como um som brasileiro e, mais especificamente, de São Paulo. Vou tentar criar música em cima do samba. Quero investir na qualidade".
Entre os artistas e DJs que Mau Mau pretende convocar estão os Habitants, Mad Zoo, os produtores Apollo e Bruno E., além dos amigos DJs Gil Barbara, Alfred e Luiz Paretto.
O primeiro single do "Made in Brazil" sai em março com uma música de Mau Mau e uma de Apollo. "Não quero só lançar minhas coisas", diz.
Os discos serão gravados em DAT (digital audio tape) pelos artistas e seguirão para Nova York para serem prensados e remasterizados. "Lá é mais rápido, o disco fica pronto em duas semanas", explica Mau Mau. A tiragem mínima será de mil cópias.

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