São Paulo, domingo, 11 de fevereiro de 1996
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Dão palpite no trânsito

DA REPORTAGEM LOCAL

Não há nada mais desagradável para um determinado tipo de motorista do que dirigir ouvindo os palpites da co-piloto. Gritos de "Pára!", "Vira!" ou ainda menções de que vai frear, do lado direito, podem causar até acidentes.
"Uma vez levei um susto tão grande com um grito de uma namorada, que desviei do carro errado e bati em um caminhão", conta o engenheiro Santiago Miranda, 35. "Hoje em dia, se alguém começa com histeria, eu paro o carro e mando sair."
Para o ator Marcos Pasquim, 26, a pior co-piloto do mundo é sua própria mãe.
"Quando comecei a dirigir, ela gritava cada vez que eu ia fazer uma curva, 'freava' o tempo todo e ameaçava mudar a marcha por mim. Chegou num ponto em que eu simplesmente parei de dirigir com ela ao lado", diz.
Pasquim comprou uma moto, mas diz que é a mesma coisa.
"Um dia saí com ela, achando que na garupa não teria problema, e foi pior. Ela gritou: 'Olha o farol!'e nós caímos."
O silêncio é a defesa do comerciante Paulo Abdala, 40. "Quando minha namorada começa a me dar ordens no trânsito, eu fico mudo. Se ela não entende, erro o caminho de propósito. Normalmente, ela se assusta e muda de assunto."
O estudante de direito Alessandro Loricchio, 21, diz que não tem o menor problema de afirmação ao volante.
"Não corro, não faço barbaridades no trânsito e procuro saber direitinho o caminho antes de sair de casa. Por isso, não suporto gente nervosa do meu lado."
Se o pressionam, ele entrega o volante numa boa."Se ela sabe um caminho melhor do que o meu, não tem problema. Vai dirigindo."

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