São Paulo, domingo, 11 de fevereiro de 1996
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Brasil quer garantir recursos para cidades

Chefe da missão na ONU defende ajuda internacional

DANIELA FALCÃO
DE NOVA YORK

Para o embaixador Geraldo Holanda Cavalcanti, 67, chefe da delegação brasileira na Prepcom 3 -reunião preparatória da 2ª Conferência de Assentamentos Humanos da ONU (Habitat 2)- o balanço da primeira semana de debates sobre o texto da agenda da conferência foi "mais que satisfatório para o Brasil".
Cavalcanti foi escolhido pelo presidente Fernando Henrique Cardoso para chefiar a delegação brasileira em Nova York, em julho do ano passado, antes da Prepcom 2, realizada em Nairóbi, (Quênia).
Para ele, o maior desafio do Brasil no Habitat 2, em junho em Istambul (Turquia), será a manutenção dos direitos conseguidos em outras conferências da ONU e a luta para que a cooperação internacional (técnica e financeira) seja incluída como princípio fundamental para a resolução dos problemas que afligem as cidades.
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Folha - O Brasil conseguiu impor seus pontos de vista na elaboração do texto da agenda?
Geraldo Cavalcanti - Na maioria das vezes sim. Não tínhamos discordância grave no rascunho do texto. Temos prestígio na ONU, mas não foi preciso usar.
Folha - Qual a posição do país sobre a inclusão ou não da moradia como direito do homem?
Cavalcanti - Não somos contra o conceito de moradia como direito, desde que não seja atribuída ao Estado a obrigação de dar casa a cada habitante. Isso seria um caos.
Não acho que o Habitat 2 seja o fórum ideal para esse tipo de debate porque precisaríamos de juristas para avaliar as implicações legais que a moradia como direito positivo do homem traria.
Folha - Que outro ponto o sr. considera polêmico no texto?
Cavalcanti - A cooperação internacional. Os países desenvolvidos querem que ela se limite ao aspecto técnico. Já os em desenvolvimento querem que a colaboração seja técnica e financeira.

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