São Paulo, domingo, 11 de fevereiro de 1996 |
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Sair em bloco de Salvador custa até R$ 900
LUIZ FRANCISCO
Os classificados dos jornais de Salvador (BA) estão com dezenas de anúncios oferecendo um abadá do bloco Camaleão por até R$ 900. Logo após o Carnaval passado, o bloco começou a vender o carnê que dá direito ao abadá por R$ 440. O pagamento podia ser parcelado em até cinco vezes. O Camaleão é um dos mais tradicionais blocos de Salvador. Nos três dias oficiais da festa, desfila no principal circuito da folia baiana (os 3 km que ligam o Campo Grande à praça Castro Alves) puxado pelo Chiclete com Banana. Em outubro passado, o bloco resolveu fazer uma promoção para vender seus últimos carnês. Quem comprasse o abadá do Camaleão por R$ 550 ganhava de brinde uma fantasia do grupo Nana Banana. No final do mês, os abadás estavam esgotados. "Comprar carnês dos principais trios elétricos de Salvador é um investimento de alta rentabilidade", disse à Agência Folha o cambista Antônio Carlos Menezes. Nas últimas duas semanas, Menezes vendeu cinco abadás de três diferentes blocos. Para inibir os cambistas, os blocos tentam restringir a venda de vários abadás para a mesma pessoa. "Para enganar os diretores, contrato pessoas para comprar os carnês para mim", disse Menezes. O abadá do bloco Pinel custa, na sede do bloco, R$ 360. Quem não é sócio paga mais R$ 40. Embora o bloco ainda tenha abadás à venda, no mercado negro a fantasia chega a custar R$ 700. A rainha do axé-music, Daniela Mercury, sai este ano pela primeira vez comandando o bloco Crocodilo -até 95, ela cantava no bloco Os Internacionais. Os preços dos abadás não variaram muito desde a contratação de Daniela Mercury -de R$ 300 em março de 95 para R$ 320 agora. Segundo a diretoria do Crocodilo, ainda há abadás à venda. Mesmo assim, os cambistas estão pedindo até R$ 750. Texto Anterior: 'Paulista não tem tempo para aprender o samba' Próximo Texto: Traz a Massa tem preço baixo Índice |
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