São Paulo, domingo, 11 de fevereiro de 1996
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IRA assume atentado a bomba em Londres

OTÁVIO DIAS
DE LONDRES

Às 13h de ontem no Reino Unido (11h em Brasília), o IRA (Exército Republicano Irlandês) assumiu responsabilidade pelo ataque a bomba ocorrido pouco após as 19h de anteontem nas docas de Londres (região leste da cidade).
Em um comunicado enviado à rede de TV RTE, da República da Irlanda, o grupo terrorista republicano afirmou que o atentado foi realizado sob "instruções diretas" das lideranças da organização.
O IRA também declarou que as autoridades britânicas foram alertadas a evacuar a área e disse que ferimentos poderiam ter sido evitados se as forças de segurança tivessem agido prontamente.
Também ontem, Gerry Adams, líder do Sinn Fein, partido político ligado ao IRA, pediu uma reunião urgente com representantes dos governos do Reino Unido e da República Irlanda.
Os governos do Reino Unido e da Irlanda do Norte voltaram a exigir ontem que uma condenação pública do atentado por parte do Sinn Fein. Na sexta, Adams se disse "entristecido", mas culpou o governo britânico pela crise no processo de paz.
Segundo informações veiculadas ontem, Adams teria telefonado para assessores do presidente dos EUA, Bill Clinton, pouco antes da explosão da bomba. Durante o telefonema, o líder do Sinn Fein teria afirmado possuir "notícias muito perturbadoras".
Durante a manhã de ontem, ainda não estava claro se o ataque representaria uma retomada das atividades terroristas do IRA ou se teria sido praticado por um grupo dissidente dentro da organização.
Com o atentado, o IRA encerrou um cessar-fogo de 17 meses. Cerca de cem pessoas sofreram ferimentos leves e outras sete ficaram gravemente feridas na explosão de anteontem. A bomba foi provavelmente instalada em um carro estacionado sob uma ponte.

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