São Paulo, domingo, 11 de fevereiro de 1996
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Pesquisas mostram a influência da TV sobre o público infantil

DA REPORTAGEM LOCAL

Duas pesquisas divulgadas recentemente em Londres, na Inglaterra, discutem o comportamento das crianças diante da televisão e os efeitos da superexposição.
Os resultados revelam que o excesso de TV pode retardar o desenvolvimento da linguagem nos bebês.
Também foi detectado que a criança se assusta muito mais com os telejornais e documentários do que com os filmes de terror ou ação.
O professor David Buckingham, do Instituto de Educação da Universidade de Londres, afirma que as crianças têm mais facilidade para lidar com os programas de ficção -por mais assustadora que seja a cena, elas sabem que é de mentira.
Psicólogos ouvidos pela Folha confirmam que os noticiários impressionam mais o público infantil. "Diante de um filme de terror, é possível fechar os olhos. Mas, quando se trata de violência na vida real, a criança se sente vulnerável", diz a psicóloga Norka Bonetti, 42.
A segunda pesquisa revela que a superexposição à TV pode comprometer o desenvolvimento da linguagem em crianças entre 9 meses e 3 anos.
O levantamento foi realizado pela fonoaudióloga Sally Ward, uma das diretoras do Centro de Fala, Linguagem e Audição de Christopher Place, em Londres.
O médico neuropediatra Rubens Wajnsztejn, 40, concorda com o resultado da pesquisa e afirma que a criança precisa de estímulo adequado para aprender a falar.
"O bebê que passa muitas horas diante da TV se acostuma a só receber estímulos e não se esforça para se comunicar", conta o médico (leia texto à pág. 5).
Ibope
Outra pesquisa sobre criança e TV mostra que o público entre 2 anos e 9 anos prefere assistir a programas adultos, como "A Comédia da Vida Privada", da Globo, do que a programas infantis.
O levantamento, realizado pelo Ibope na Grande São Paulo, mostrou que novelas, noticiários e seriados apresentam os maiores índices de audiência junto às crianças.

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