São Paulo, domingo, 11 de fevereiro de 1996
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Mercado de carros usados começa a reagir

HENRIQUE SKUJIS
DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado de carros usados começa a dar sinais claros de recuperação. As vendas em janeiro aumentaram 9,51%, segundo dados da Assovesp (associação dos revendedores independentes).
Foram vendidos 43.127 veículos, contra 39.381 no mês de dezembro, no Estado de São Paulo.
Avelino Teixeira Júnior, presidente da Assovesp, garante que o mês de janeiro é tradicionalmente favorável para o setor. "Várias vezes, foi o melhor mês do ano", confirma Teixeira.
O que mais impulsionou as vendas, segundo a Assovesp, foi a possibilidade de aumentar o prazo de financiamento por meio de recursos obtidos junto às grandes financeiras do mercado.
O prazo oficial continua limitado a seis meses. Mas algumas financeiras buscaram dinheiro no exterior e custearam as vendas em até 24 meses para algumas lojas.
As concessionárias autorizadas já contavam com esse privilégio, recorrendo às financeiras das montadoras.
Para Toninho Neto, da Valença Veículos, "agora os lojistas estão competindo de igual para igual com as concessionárias".
As vendas feitas por meio de financiamentos cresceram em janeiro: representaram 61% do total de negócios contra 50% em dezembro. Lojistas garantem que esse índice está subindo e voltando aos patamares anteriores ao arrocho ao crédito, quando o financiamento representava mais de 70% das vendas do setor.
Apesar da recuperação nas vendas, os lojistas ainda pedem um maior prazo para o financiamento oficial e uma redução nos juros.
César Batista, da Green Car, garante que as vendas subiram 50%. "Mas um maior prazo de financiamento e juros mais baixos não seriam nada mau", diz.
Segundo lojistas, por conta do aumento das vendas, os preços tiveram uma pequena alta que chegou a até 3%.
As primeiras impressões de fevereiro apontam para uma pequena queda nas vendas. "Venderemos menos porque fevereiro é um mês mais curto", antecipa Teixeira.
Segundo Avelino Teixeira Júnior, para março é esperado que o governo aumente o prazo de financiamento para 12 ou 24 meses e os juros sofram uma pequena queda. "É o que realmente queremos", diz Teixeira.

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