São Paulo, segunda-feira, 12 de fevereiro de 1996 |
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PT realiza primeiro debate entre candidatos
MARCELO RUBENS PAIVA
Lajolo não conseguira preencher em tempo os critérios para ser candidata. Na última sexta-feira, a Executiva Estadual do partido, em unanimidade, considerou "correta a conduta do processo do Diretório Municipal", mas que "surgiram novos fatos no partido e na sociedade", acatando o recurso que recoloca Lajolo na disputa interna. Jilmar Tatto, 30, presidente do Diretório Municipal, afirma que acatará a decisão da Executiva Estadual, mas considera uma ingerência no processo interno. Tatto acredita que a Executiva Estadual dificulta uma saída política para a união do partido. Segundo declarou, poderia haver um acordo antes da prévia entre Mercadante e Erundina. "Foi uma atitude anti-democrática. Eles é que estão infringindo as regras. Não é uma candidatura das bases, mas da cúpula estadual", disse Tatto. As aproximadamente 400 pessoas que lotaram, no último sábado, o auditório da Universidade Cruzeiro do Sul (zona leste), para assistirem ao primeiro dos 13 debates entre os candidatos que disputarão a prévia, ficaram surpresos. Não eram dois os debatedores, mas três: Mercadante, Erundina e Lajolo. A platéia formada basicamente por militantes e líderes locais ouviu, na abertura, a carta da Executiva Estadual justificando a inscrição da candidatura de Lajolo. Em seguida Lajolo discursou. Mercadante e Erundina deram as boas vindas à nova candidata e também discursaram. Mercadante evitou qualquer polêmica. Criticou a imprensa, que tem "colocado um candidato contra o outro", afirmou que a administração de Erundina na Prefeitura de São Paulo foi "a melhor que a cidade já teve" e falou do seu programa de governo. Erundina voltou a defender seu governo, criticou as obras de Maluf e o abandono da zona leste. Dez perguntas da platéia foram respondidas pelos candidatos. Alguns não esconderam sua preferência por Erundina, com o coro "volta, volta..." e "prefeita, prefeita...". Mas não houve claques nem farpas entre os candidatos. O clima foi pacífico. Jilmar Tatto, organizador do debate, confessa que está havendo um trabalho intenso na militância e entre os dirigentes para a disputa não dividir o partido, com uma campanha pela trégua e diálogo entre as "tendências". Texto Anterior: Direção do PT não consegue superar divisão interna Próximo Texto: Livro mostra as violações pós-85 Índice |
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