São Paulo, segunda-feira, 12 de fevereiro de 1996
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Fujifilm investe em uma nova geração de produtos

CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO
DA REPORTAGEM LOCAL

A filial brasileira do grupo de origem japonesa Fujifilm, grande fabricante de materiais fotográficos, está passando por uma verdadeira "operação de guerra", como dizem seus executivos.
A operação envolve treinamento de todos os 800 funcionários, mesmo os que não mantêm contato direto com os consumidores.
Também estão sendo treinados centenas de balconistas e gerentes das lojas que vendem filmes e máquinas fotográficas da sua marca.
Só nesses cursos de treinamento dos vendedores estão sendo investidos US$ 100 mil pela empresa nos próximos meses.
O objetivo desses cursos é apresentar aos funcionários e representantes da Fujifilm no Brasil uma nova geração de produtos fotográficos, desenvolvida pela Fuji e mais quatro grandes grupos do seto:, Kodak, Cannon, Nippon e Minolta.
A empresa quer ter certeza de que, quando os produtos forem efetivamente colocados à venda, os vendedores serão capazes de convencer os consumidores das suas vantagens.
Os produtos a serem lançados são filmes e máquinas fotográficas da linha APS (Advanced Photo System), cuja elaboração envolveu cerca de 18 mil pessoas das cinco empresas, nos últimos dez anos.
O resultado são produtos mais fáceis de serem usados pelos consumidores, diz o presidente da Fuji no Brasil, Haruo Umeda, 60.
A empresa está cercando o lançamento dos produtos no Brasil -previsto para o segundo semestre- de grandes cuidados exatamente porque é uma nova linha de produtos, que tende a substituir, de forma muito gradual, os filmes e máquinas atualmente em uso.
São grandes os riscos envolvidos numa operação de lançamento de novos produtos.
Os consumidores precisam ser informados de que o produto existe e quais seriam as suas vantagens, mas também precisam encontrá-lo nas lojas e supermercados que costumam frequentar.
Os vendedores precisam se familiarizar com o novo produto para poder vendê-lo. As lojas precisam receber o produto com antecedência e aceitar que haverá comprador para ele.
Tendência geral
Por isso, grandes empresas, como a Fuji, preparam o início da comercialização de novos produtos com meses e até mesmo anos de antecedência.
É o caso também do grupo Nova América, do setor agroindustrial do interior de São Paulo, com faturamento de US$ 250 milhões no ano passado.
Tradicional produtor de álcool para combustível, a empresa passou, há cinco anos, a comercializar produtos de consumo geral, como vários tipos de açúcar e frutas "in natura".
Agora, decidiu ampliar seu leque de produtos e está colocando no mercado um suco de laranja em embalagem longa vida que dispensa refrigeração.
Ou seja, o grupo está entrando em uma nova área de atuação que consumiu dois anos de planejamento, segundo seu presidente Roberto Rezende Barbosa, 45.
Exigem cuidados muito diferentes vender açúcar (que tem um longo prazo de validade) e suco de fruta, que deve ser consumido em no máximo 30 dias.
Por isso mesmo, o grupo Nova América decidiu investir em um tipo de suco de laranja que dispensa sistema de refrigeração, com o qual não está acostumado a trabalhar.
No total, a empresa investiu US$ 10 milhões no projeto.
Tanto a Fuji quanto o grupo Nova América vão também fazer campanhas publicitárias para mostrar ao público seus novos produtos, mas, até chegar à fase em que os anúncios começarão a ser veiculados, as duas empresas vão se concentrar nos esquemas de distribuição e treinamento.

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