São Paulo, segunda-feira, 12 de fevereiro de 1996
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Novidade no ataque

CIDA SANTOS

Na Superliga feminina, a novidade tem nome: Rosângela, atacante do Trasmontano.
Apenas há quatro anos no vôlei, essa ex-secretária, 23 anos e 1,85 m, tem atributos que todo técnico sonha: alcança a bola a 3,25 m do chão, certamente a maior marca do país, e tem muita força.
Muitos, como o técnico Chico Santos, acreditam que ela é dona do ataque mais forte do Brasil.
Rosângela tem potencial físico que lembra as cubanas, campeãs mundiais e olímpicas, imbatíveis na impulsão e na força do ataque.
Nos treinos, surpreende técnico e colegas com a força do braço. No aquecimento, a bola, depois de bater no chão, passa por cima da tabela do basquete levantada.
"Ela tem a força de um ataque masculino", diz Chico Santos.
Com pouco tempo de vôlei, Rosângela luta agora nos treinos para ganhar habilidade e melhorar o passe, o bloqueio e a defesa.
Maior revelação do vôlei feminino desta temporada, a atacante deve ser uma das novidades da lista do técnico Bernardinho na seleção que irá treinar para Atlanta.
Hoje, Rosângela e o Trasmontano iniciam contra o Cepacol, do técnico William, a luta por uma vaga nas semifinais da Superliga.
Na fase de classificação, o time ficou em terceiro lugar.
Mas o Trasmontano, que tem outras atacantes da pesada, como Estefânia e Vera Mossa, tem o mérito de ser a única equipe que conseguiu ganhar dois sets do totalmente invicto Leite Moça.
Aliás, o time de Fernanda Venturini é um capítulo à parte. Por enquanto, só deu Leite Moça: em 19 jogos, 19 vitórias.
Vamos ver se, nas semifinais, o torneio fica mais equilibrado.
Nestas quartas-de-final, o confronto que reserva mais emoções é o de hoje entre Sollo/Tietê e Tensor-Pinheiros.
Nos outros três jogos, Leite Moça, Trasmontano e BCN, de Hilma, são os grandes favoritos.
Para encerrar, fica o registro da cena mais tocante da Superliga nesta temporada: Renan comandando o Chapecó contra a Frangosul na última terça-feira.
Afastado para acompanhar o filho, que está gravemente doente, o técnico apareceu de surpresa antes do jogo, em Novo Hamburgo.
A resposta da equipe para tamanha dedicação e sofrimento foi uma vitória por 3 sets a 0 no ginásio adversário. Jogadores e técnico saíram da quadra chorando.
Em seguida, Renan correu para o aeroporto e pegou o avião para ficar junto do filho em São Paulo.

Notas
Neste ano, quem não vai ter Carnaval é a turma do Chapecó. Jogadores e comissão técnica vão ficar concentrados durante os dias de folia em um hotel de Guaratinguetá. Outra do Chapecó: o time, que é de Santa Catarina, vai mesmo se transferir para São Paulo na próxima temporada. As cidades cotadas para abrigar a equipe são Guarulhos, São Caetano, Guaratinguetá, Indaiatuba e Barueri.

O russo Dimitri Fomin vem sendo o dono da bola no Campeonato Italiano. Na última vitória do Ravenna sobre o Macerata, por 3 sets a 1, Fomin novamente deu show: marcou 15 pontos e conseguiu 30 vantagens. O Ravenna é o quarto colocado na classificação geral, com 14 vitórias e 5 derrotas.

A luta pela liderança do Italiano segue quente entre o Alpitour Cuneo e o Modena. Os dois têm 17 vitórias e 2 derrotas. Na média dos sets, a vantagem é do Cuneo, que venceu o Napoli, de Pampa, por 3 a 0. Com a derrota, o Napoli permanece em nono e corre o risco de ficar fora do playoff. No Campeonato Japonês, a NEC, de Eduardo Pezão, recuperou a liderança.

Karch Kiraly, bicampeão olímpico e campeão mundial nos anos 80 com a seleção dos EUA, vem colecionando vitórias no vôlei de praia. Foi o número um do ranking dos EUA de 95, com US$ 393 mil em prêmios. O brasileiro José Loiola também se deu bem: ficou em quinto, com US$ 239 mil.

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