São Paulo, terça-feira, 13 de fevereiro de 1996
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SBPC "espiona" a Raytheon pela Internet

XICO SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

Os cientistas da SBPC fizeram um levantamento de mensagens da Raytheon divulgadas na Internet (rede de computadores) e concluíram que a empresa não possui experiência em vigilância ambiental.
A Raytheon foi a firma escolhida pelo governo para instalar o Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia). A SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) combate o projeto.
Em nota divulgada ontem, o presidente da entidade, Sérgio Henrique Ferreira, informa que a empresa norte-americana se traiu em texto divulgado na Internet no qual exaltava a vitória no projeto.
Ferreira se refere a uma declaração do presidente da empresa americana, Dennis Picard, que foi veiculada na rede de computadores:
"...nós pretendemos ser um líder neste novo mercado, que tem um potencial de US$ 20 bilhões nos próximos dez a 15 anos. Ganhar o Sivam foi um importante primeiro passo".
Segundo Ferreira, empresas brasileiras já contam com 25 anos de experiência em vigilância ambiental. Essa tecnologia, segundo a SBPC, foi relegada pelo governo.
A nota dos cientistas tem como objetivo rebater informações veiculadas pela assessoria da Raytheon nos últimos dias.
Segundo nota divulgada pela empresa, teria havido um consenso sobre o Sivam durante o Fórum Nacional de Secretários para Assuntos de Ciência e Tecnologia, realizado na semana passada.
Esse encontro teve a presença do presidente da SBPC. Ele foi citado na nota como um dos protagonistas do tal consenso.
O diretor técnico da Raytheon, Carlos Gonzaga, disse que Ferreira interpretou errado a mensagem da empresa na Internet.
"Temos uma vasta experiência na área ambiental", afirmou. "A mensagem se refere ao surgimento de um novo mercado, com projetos de maior porte, como é o caso do Sivam".

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