São Paulo, terça-feira, 13 de fevereiro de 1996
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Força abandona fórum da Previdência

ANA MARIA MANDIM
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da Força Sindical, Luiz Antônio de Medeiros, anunciou ontem que não mais negociará a reforma da Previdência com o governo e com a CUT.
Admitiu, no entanto, que não se negará a conversar, se for chamado, embora isso não seja prioritário. Prioridade para Medeiros será o "corpo-a-corpo" com deputados e senadores, no Congresso, para convencê-los a votar contra o que considera privilégios.
"Essa reforma é de meia-tigela. Não existe posição clara do governo em pôr fim aos privilégios, e a CUT está defendendo os privilégios dos funcionários públicos", afirmou Medeiros para justificar o abandono das negociações.
O presidente da Força Sindical considera "apartheid social" a manutenção de dois sistemas de aposentadoria, um para o setor privado e outro para o setor público.
"Os trabalhadores do setor privado se aposentam com, no máximo, R$ 836, e os servidores, com vencimentos integrais", afirmou Medeiros.
Medeiros também discorda das aposentadorias de parlamentares, juízes, professores universitários e fiscais.
Segundo ele, o governo descumpriu o acordo ao aceitar um período de transição de dois anos em que essas categorias profissionais poderão aposentar-se após dez anos de carreira.
"Deveria ser de dez anos no mesmo cargo ou função, ou quem for promovido um mês antes de aposentar-se sairá com salário maior", afirmou Medeiros.
Na sexta-feira, o deputado Euler Ribeiro (PMDB-AM), relator da reforma da Previdência, disse que mudará esse item de seu parecer, propondo que quem não tiver dez anos na mesma função ou cargo se aposente com a média dos últimos 120 salários de contribuição.

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