São Paulo, terça-feira, 13 de fevereiro de 1996
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"Negociação não é negociata"

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, disse ontem que a Força Sindical já havia abandonado as negociações sobre a Previdência.
"O que os companheiros precisam é aprender que nossa negociação não é negociata. É algo muito mais sério", afirmou Vicentinho.
"Já faz tempo que eles saíram, só que ninguém percebeu." O presidente da CUT afirmou que continuará negociando com o governo e participará da reunião marcada para a manhã de hoje em Brasília.
Vicentinho falou que é "infundada" a acusação de que ele estaria defendendo privilégios, feita pelo presidente da Força Sindical, Luiz Antônio de Medeiros.
Em entrevista coletiva concedida no final da tarde, Vicentinho devolveu a acusação. Segundo ele, ao abandonar as negociações, é a Força Sindical que permite a continuidade de privilégios. "Eles precisam me ajudar a combater a aposentadoria dos deputados."
O presidente da CUT criticou também a forma como a central presidida por Medeiros se comportou nas negociações. Em sua opinião, a entidade errou ao "concordar com tudo" logo na primeira reunião com o governo.
A CUT pretende que sejam incluídos no relatório do deputado Euler Ribeiro (PMDB-AM) uma série de pontos sobre os quais já teria havido entendimento.
Entre eles, estão o fim da aposentadoria especial de parlamentares, a garantia de que não haverá desvio de recursos da Previdência para outras áreas e a garantia constitucional de que o tempo de contribuição poderá ser comprovado pelos mesmos meios aceitos hoje para o tempo de serviço.
Vicentinho também tentará incluir no relatório pontos sobre os quais não houve acordo. O principal deles é a mudança nos critérios estabelecidos para aposentadoria de funcionários públicos.
O relatório prevê que os servidores se aposentarão se tiverem contribuído por 35 anos (homens) e 30 anos (mulheres), tiverem idade mínima de 55 anos (homem) e 50 anos (mulher) e dez anos de exercício do cargo. Vicentinho defende o fim da idade mínima.

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