São Paulo, quinta-feira, 15 de fevereiro de 1996
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Chefe da Polícia Civil do Rio insinua na TV que Spike Lee usa cocaína

DA REPORTAGEM LOCAL

O delegado Hélio Luz, chefe da Polícia Civil do Rio, insinuou ontem que o cineasta americano Spike Lee usa cocaína.
As declarações de Luz no "Programa Livre", do SBT, foram ao ar em todo o país.
Desde que Michael Jackson divulgou que viria ao Rio gravar um videoclipe, Spike Lee e as autoridades fluminenses vêm travando uma polêmica.
A temperatura subiu quando o cineasta disse que havia pago a traficantes para poder gravar no morro Dona Marta. Luz disse que Lee era um "otário".
"Ele (Lee) é otário mesmo. É otário três vezes. Se tivesse falado conosco, ele subiria o morro e não pagaria nada. Ele estava conversando lá com um guri que se diz dono do morro e não é. Veio à América do Sul e pensou que iria encontrar coisa pura. Ele encontrou malhada", afirmou Luz.
No jargão policial, "malhada" é sinônimo de cocaína que foi misturada a impurezas para que a droga renda mais para o traficante.
Em conversa com os jornalistas depois do programa, Luz confirmou que havia se referido à cocaína. O delegado disse que a droga vendida no morro não é pura.
Segundo Luz, Spike Lee poderia ter gravado o videoclipe de Jackson em qualquer favela do Rio "a qualquer hora sem pagar".
O suposto traficante que deu entrevista para alguns jornais do Rio, segundo Luz, não é o verdadeiro Marcinho VP. "É um garoto que se diz Marcinho. Mas o Marcinho VP eu estou caçando há três meses, porque é sequestrador", afirmou o delegado.

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