São Paulo, quinta-feira, 15 de fevereiro de 1996
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Construtoras sugerem a redução dos direitos

MARCOS CÉZARI
DA REPORTAGEM LOCAL

Manter os direitos dos trabalhadores na construção civil, mas negociar a extensão dos mesmos, mantendo um patamar mínimo.
Essa é a sugestão do Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo) para diminuir a rotatividade da mão-de-obra, manter o emprego e elevar a qualidade do trabalho e a produtividade no setor.
Segundo Eduardo Zaidan, vice-presidente de economia do sindicato, com a falta de investimentos o setor vem dispensando trabalhadores -de 1,15 milhão de empregados em 90 para apenas 569 mil em janeiro de 96. Dos 569 mil, apenas 341 mil têm registro em carteira (228 mil ou não têm registro ou são autônomos).
Para tentar reverter esse quadro, o sindicato encaminhará aos trabalhadores e ao ministro do Trabalho, Paulo Paiva, no início de março, uma série de propostas.
A principal delas é a negociação do tamanho dos direitos dos trabalhadores em troca da manutenção do emprego. Zaidan dá um exemplo: ao final de uma obra que ocupou 80 trabalhadores, a construtora demite a metade porque não tem nova obra para ser iniciada.
Com a redução dos direitos desses trabalhadores (exemplo: férias sem o acréscimo de um terço, metade do 13º etc.), a construtora poderá manter todos os empregados, mesmo sem uma nova obra.
Zaidan explica que a redução de direitos seria negociada entre as partes interessadas -construtoras e trabalhadores, com a fiscalização dos sindicatos destes últimos.

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