São Paulo, quinta-feira, 15 de fevereiro de 1996 |
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Abundância de comida atraiu os imigrantes para Caxias
RAIMUNDO DE OLIVEIRA
Ela é servida como entrada tanto no almoço quanto no jantar e é feita com "capeletti" recheado com miúdos e carne de frango, cozidos em um caldo com temperos e frango. A polenta frita, ou cortada com linha, é servida como acompanhamento. Os galetos (frangos novos) e as massas (espaguetes, raviólis e lasanhas) são servidos como pratos principais. As jarras de vinho e a fartura de pratos é uma tradição cultivada pelos descendentes de italianos. A procura de um lugar com abundância de alimentos foi uma das principais motivações para os imigrantes que partiram das regiões da Lombardia, Vêneto e Tirol, no norte da Itália, entre 1875 e 1914, com destino à região serrana do Rio Grande do Sul. Eles trouxeram, e cultivam até hoje, a tradição culinária dos camponeses italianos do final do século passado. As primeiras casas, construídas de madeira, mantinham salames, toucinhos, queijos e carnes defumadas nas cantinas e as pipas (barris) de vinho "del ciolo" (de prego, puro, feito artesanalmente). Em algumas cantinas e restaurantes de Caxias do Sul, os pratos são preparados com produtos feitos no município pelos empregados e donos das casas. A radice (almeirão) é outro prato típico e obrigatório na região das serras gaúchas. A radice é servido como salada junto com pequenos pedaços de torresmo ou toucinho defumado. O restaurante Bertarello é uma típica cantina italiana que serve pratos feitos com produtos preparados artesanalmente pela família de Ari Bertarello. Para garantir um lugar no restaurante é melhor fazer reserva. Os preços variam de R$ 8 a R$ 10 por pessoa. O restaurante fica na Colônia São Pedro, no sétimo distrito de Bento Gonçalves, e funciona em uma casa de pedra construída por volta 1877. A casa foi restaurada e ampliada em 1992 e faz parte do projeto de turismo na Colônia São Pedro "Caminhos de Pedra". No projeto, desenvolvido em conjunto pelo empresário Tarcísio Michelon e pelo arquiteto e pesquisador Júlio Posenato, foram restauradas 17 casas, um moinho, uma ferraria e cantinas construídas entre o final do século passado e o início deste. (RO) Informações: Central de Informações Turísticas da Festa da Uva, tel. (054) 223-3679 Texto Anterior: Italianos deram herança vinícola e culinária Próximo Texto: Turistas encaram degustação de vinhos Índice |
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