São Paulo, sexta-feira, 16 de fevereiro de 1996
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PFL e PMDB disputam relatoria de comissão que analisará reeleição

DANIEL BRAMATTI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O líder do PFL na Câmara dos Deputados, Inocêncio Oliveira (PE), disse ontem que não abre mão de indicar o relator da comissão especial que analisará a emenda da reeleição.
O anúncio pode provocar um conflito com o PMDB, que também reivindica a relatoria da comissão.
O líder do PMDB na Câmara, Michel Temer (SP), já havia até convidado o deputado Cassio Cunha Lima para ocupar o cargo de relator.
Cunha Lima é integrante da bancada paraibana do partido, que se rebelou contra o governo na votação das reformas da ordem econômica, no ano passado.
Segundo Inocêncio, o relator será escolhido "entre os diversos deputados do partido que defendem a reeleição".
"Todos são a favor da reeleição, mas defendem fórmulas distintas. Eu, por exemplo, defendo a reeleição para presidente em 98, para governador em 2002 e para prefeito em 2004", afirmou o líder pefelista.
Ranking
Inocêncio reivindica a relatoria com base no ranking das bancadas da Câmara. "Essa é minha, e eu não abro mão. Temos 25 deputados a mais do que a segunda bancada, e isso tem de valer para alguma coisa."
Inocêncio se referiu ao bloco PFL-PTB, com 128 deputados, e ao bloco PMDB-PSD-PSL-PSC, com 103 deputados.
No ano passado, por terem as maiores bancadas, PFL e PMDB se revezaram nas relatorias e presidências das comissões especiais. Esse esquema de revezamento acabou provocando protestos do PPB e do PSDB.
Por acordo firmado entre os líderes governistas, haverá um revezamento entre os quatro maiores partidos em 96.
"Eu aceito, mas deve continuar valendo o critério da proporcionalidade", disse Inocêncio.
Comissões temáticas
O bloco PFL-PTB também terá prioridade para indicar os presidentes das comissões especiais.
Com isso, deve continuar no controle da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), presidida por Roberto Magalhães (PFL-PE) no ano passado.
Os mais cotados para o cargo são Ney Lopes (PFL-RN) e Vilmar Rocha (PFL-GO), segundo Inocêncio.
O líder pefelista também vai reivindicar a presidência da Comissão de Agricultura, atualmente ocupada pelo PT.
"Vamos pedir essa comissão para o PTB, porque o ministro da Agricultura (José Eduardo de Andrade Vieira) também é do partido", afirmou.
Os petistas já admitem que não conseguirão manter o cargo. O partido, cuja bancada tem apenas 49 deputados, deve ficar com comissões menos disputadas, como as de Trabalho e Direitos Humanos.

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