São Paulo, sexta-feira, 16 de fevereiro de 1996
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Barreira interdita Tamoios novamente

DA FOLHA VALE

Uma nova queda de barreira na altura do km 73 da rodovia dos Tamoios -que liga São José dos Campos (97 km de SP) ao litoral norte- interditou novamente ontem a rodovia e provocou um congestionamento de 20 km próximo à Caraguatatuba (litoral norte).
O DER (Departamento de Estradas de Rodagem) bloqueou as duas pistas da rodovia entre o km 61 e o km 81,5.
Os motoristas que pretendiam seguir para o litoral ontem de manhã foram barrados no posto da Polícia Rodoviária Estadual, na saída de São José dos Campos.
Durante toda a madrugada, uma longa fila de carros aguardava a liberação da rodovia no km 61.
Alguns turistas aproveitaram a manhã de sol para colocar colchões no asfalto para dormir. Até as 17h de ontem, ainda havia fila na estrada.
A rodovia havia sido liberada para o tráfego ontem às 4h, depois de permanecer 13 horas interditada devido à queda de 14 barreiras entre o km 61 e o km 81.
O novo deslizamento ocorreu às 6h de ontem. O DER não tem previsão para a liberação das pistas.
A terra que caiu na pista formou uma barreira de quatro metros de altura. Durante toda a manhã e tarde de ontem, mais de 80 funcionários do DER tentavam desobstruir as pistas.
As máquinas do DER que estavam na rodovia Oswaldo Cruz (Taubaté-Ubatuba), que também está interditada, foram deslocadas para a Tamoios.
Com a interdição da rodovia dos Tamoios, o litoral norte do Estado continua praticamente isolado.
Os únicos acessos para a região são as rodovias Mogi-Bertioga (SP-98) e Bertioga-Ubatuba (SP-55).
Na SP-55, o tráfego está normal, mas a rodovia também está sujeita a quedas de barreiras, segundo o DER.
Pela Bertioga-Ubatuba, uma viagem de Caraguá a São José, por exemplo, está levando em média seis horas, o dobro do normal.
Motoristas
Os motoristas que passaram a noite na rodovia dos Tamoios reclamaram da desinformação sobre as condições das estradas.
O comerciante José de Castro Barbosa, de Suzano (SP), que passou à noite em seu carro, disse que ia esperar a liberação da rodovia para tentar chegar ao litoral. "Não sei se será possível. Ouvi dizer que há barreiras na Rio-Santos".
Outras pessoas também reclamavam da desinformação que circulava entre os carros.
O técnico em eletrônica Antonio Carlos Balbo, que ia para Resende (RJ), 48, estava ontem de manhã aguardando a liberação da Tamoios.
Balbo disse que ouviu várias versões sobre outras estradas liberadas. "Cada pessoa que passa por aqui diz uma coisa diferente. Só temos palpites."
O comerciante Aloísio Pinhão, de São Paulo, disse ontem de manhã que ia esperar a desinterdição da Tamoios até a hora do almoço. Ele precisava ir até Taubaté.
Caso a estrada continuasse interditada, Pinhão iria viajar pela estrada Mogi-Bertioga.
O congestionamento na Tamoios provocou fila para usar o telefone público do posto da Polícia Rodoviária Estadual. Muita gente tirou as roupas dos carros e dormiu na pista. Outros usaram as cadeiras de praia para descansar.

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