São Paulo, sexta-feira, 16 de fevereiro de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Ida ao litoral norte requer coragem
BETINA BERNARDES
A reportagem da Folha fez o trajeto São Paulo-Ubatuba na quarta-feira. Partimos às 8h30. Sob céu encoberto, percorremos a Trabalhadores. A chuva começou às 10h15, na Tamoios. Após o km 50, o trecho de serra da rodovia exibe vários pontos onde ocorreram deslizamentos, mas que os tratores já limparam. A lama escorre pelo acostamento. No quinto deslizamento com que nos deparamos, às 10h58, a situação começa a mudar. A chuva está mais forte e o barro e as árvores da encosta já atingem a pista. A situação se repete no quilômetro seguinte. Quinhentos metros adiante, às 11h05, a reportagem pára próximo a uma encosta que está cedendo. No momento em que estão sendo feitas fotos do local, a barreira cai e ocupa as duas pistas da estrada. Os motoristas esperam que um veículo maior passe, esmagando o barro e permitindo a passagem por meia pista. A partir de Caraguatatuba, seguindo pela Rio-Santos, os diversos alagamentos e terra nas pistas deixam o trânsito lento. Na saída da cidade, no km 94, rumo a Ubatuba, tratores limpam o local. Uma barreira desabou, ocupando 250 metros na estrada. Entre as 9h e as 14h30, as pistas foram interditadas por quatro vezes naquele ponto, para que as máquinas retirassem a terra, árvores e lama que desciam da encosta. No km 92, a água nas pistas chega a atingir 80 cm de altura. Sob forte chuva, um grupo de rapazes cobra R$ 10 para empurrar os carros pelo trecho de 150 m. Apenas com o motor desligado é possível fazer a travessia. Na praia de Tabatinga, a cerca de um quilômetro da divisa com Ubatuba, outro alagamento estende-se por 800 metros da pista. A água cobre os bancos das paradas de ônibus no acostamento da Rio-Santos. Os carros podem passar pelo meio da estrada, mas isso não impede que se forme um congestionamento de 2 km. Mais adiante, o trevo na entrada de Ubatuba também está alagado, mas a passagem dos carros é liberada. São 13h e ainda chove forte. Chegando ao km 44, placas e galhos sinalizam a interdição da estrada. Parte do asfalto da ponte sobre o rio Indaiá cedeu, formando uma cratera. Somente carros de passeios têm permissão para passar pela meia pista livre. Prosseguimos viagem e passamos por nova barreira no km 40, que cobre parte da estrada. No km 31, somos informados pela Polícia Rodoviária de que é impossível seguir adiante, pois uma barreira interditou 100 m de pista no km 13, na praia do Almada. São 13h45 e iniciamos a volta a São Paulo. Texto Anterior: Cetesb não mede poluição Próximo Texto: Chuvas isolam turistas em praia Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |