São Paulo, sexta-feira, 16 de fevereiro de 1996
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Investimento brasileiro na Indy passa de US$ 100 mi

MAURO TAGLIAFERRI
DA REPORTAGEM LOCAL

A possibilidade de um retorno de duas a três vezes maior que o investimento somada a pequenos incentivos fiscais leva empresas brasileiras, ou com negócios no Brasil, a aplicarem mais de US$ 100 milhões na Indy em 96.
O dinheiro, que representa o dobro do empregado na categoria em 95, aparece em três frentes: o patrocínio a pilotos brasileiros e suas equipes, que bate na casa dos US$ 50 milhões (veja quadro ao lado).
Depois, o faturamento do SBT com a venda de cotas de patrocínio para a transmissão das corridas chega a US$ 36 milhões.
A emissora estipulou o preço de cada cota em US$ 8,6 milhões, mas concedeu um desconto de cerca de 15% desse valor. Além disso, abatem-se os 20% de comissão das agências publicitárias que negociam os contratos.
No fim, a TV vendeu as seis cotas que tinha por cerca de US$ 6 milhões cada.
A terceira frente vem da grande novidade do ano, a Rio 400, primeira prova da Indy no Brasil, a qual movimenta, no mínimo, US$ 18 milhões.
O valor total do investimento é suficiente para comprar 21.190 modelos do carro brasileiro mais caro, o Ômega Suprema CD.
Tanto dinheiro não seria canalizado para uma só atividade se ela não representasse retorno certo.
"De janeiro a abril de 95, o número de matérias em jornal sobre a Indy superou todo o ano de 94. Ou seja, a Indy ganhou espaço", disse Ricardo Scalamandré, sócio de Emerson Fittipaldi na Multimídia.
"Quem fizer um bom trabalho de promoção terá um retorno três vezes maior do que o investido", afirmou Marly Parra, gerente do "Marlboro Brazilian Team", que apóia pilotos da categoria.
Já a Souza Cruz pretende que seu apoio a Mauricio Gugelmin torne a marca Hollywood conhecida na Europa e na América Latina.
Em termos de propaganda indireta, a empresa tem planos de obter US$ 2 para cada US$ 1 investido. "Em 95, nosso retorno apenas empatou o investimento. Para este ano, estamos mais otimistas", disse Eduardo Lannes, gerente de marcas da empresa.
Para a Brahma, que entrou na Indy "comprando" a Green, a meta é estabelecer um plano de "comunicação total", segundo Reginaldo Ferrante, diretor da conta da firma na Fischer,Justus.
"Temos uma equipe e podemos fazer com ela o que quisermos em termos de promoção", afirmou.
O retorno das firmas vem aliado também à possibilidade de abater do Imposto de Renda, até um certo limite, os recursos empregados em promoção e publicidade.
A indústria do patrocínio cria ainda atividades paralelas. Para que os pilotos estejam sempre em evidência, assessorias de imprensa são contratadas.
Cabe a elas manter os pilotos, com o logotipo dos patrocinadores no boné e camiseta, na mídia. Além disso, cada patrocinador requer a presença de seu corredor em eventos promocionais.

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