São Paulo, sexta-feira, 16 de fevereiro de 1996
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Empresa faz programa de bons modos para pilotos

MAURO TAGLIAFERRI
DA REPORTAGEM LOCAL

Passar a poucos centímetros de um muro de concreto numa velocidade de mais de 300 km/h nem sempre é a parte mais complicada do trabalho de um piloto.
Fora das pistas, eles devem estar preparados para badalar seus patrocinadores, seja em eventos promocionais, ou mesmo não escorregando diante de perguntas espinhosas dos repórteres.
Para evitar embaraços com seus corredores, a Philip Morris criou um curso de "bons modos". Todo brasileiro sob o patrocínio da empresa passa por ele.
"Explicamos aos pilotos que se deve ter uma postura correta e como mostrar segurança ao passar uma informação" contou Marly Parra, gerente do "Marlboro Brazilian Team".
"Além disso, o piloto precisa ter carisma e estar disponível ao público e aos jornalistas", disse.
O contato com a imprensa, aliás, merece capítulo de destaque no curso. Os pilotos são colocados diante de uma câmera de vídeo e bombardeados com perguntas consideradas difíceis pelos instrutores.
"Perguntaram para mim como eu me sentiria se fosse convidado a ocupar um carro da Williams logo após a morte do Senna", lembrou André Ribeiro.
As respostas dos corredores são gravadas e depois analisadas e corrigidas. "É um trabalho com a imagem deles. Eles não podem, numa corrida, sair dando declarações furiosas", afirmou Parra.
A maior desobediência às normas do curso veio, em 95, justamente de um fiel seguidor seu. Emerson Fittipaldi criticou abertamente seu sobrinho Christian após o GP de Vancouver.
Os dois eram, na época, pupilos da Marlboro. Nenhum deles recebeu, segundo Parra, qualquer puxão de orelha da companhia.
(MT)

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