São Paulo, sexta-feira, 16 de fevereiro de 1996
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Alerta paralisa centro de Londres

OTÁVIO DIAS
DE LONDRES

Um artefato possivelmente contendo material explosivo foi encontrado ontem à tarde na rua Charing Cross, no centro de Londres, perto de Piccadilly Circus, a região turística da cidade.
O artefato foi localizado por um esquadrão antiterrorismo após quase três horas de busca, durante as quais uma área de cerca de 1,5 km2 foi isolada e esvaziada.
Até as 21h de ontem (18h em Brasília), a polícia ainda não havia revelado características do artefato, que está sendo examinado.
"Não posso dizer se contém material explosivo", disse um porta-voz da polícia à Folha.
Também não foi confirmado se o incidente foi provocado pela guerrilha separatista IRA (Exército Republicano Irlandês), responsável pelo atentado a bomba nas docas de Londres na última sexta-feira, que deixou dois mortos e mais de cem feridos.
Segundo a polícia, "o artefato tem todas as característica do IRA".
O estado de alerta no centro de Londres começou pouco depois das 12h30 (9h30 em Brasília), quando a polícia recebeu mensagens em código alertando para a existência de bombas na região.
Seis das principais estações de metrô, lojas, restaurantes e pubs foram fechados, pedestres e carros foram retirados do local e funcionários foram alertados a permanecer em seus locais de trabalho.
Centenas de agentes de segurança e policiais iniciaram buscas em toda a área, isolada por carros de polícia e dos bombeiros.
O artefato foi encontrado por volta das 15h numa cabine telefônica, na rua Charing Cross, nº 67.
Cerca de uma hora depois, as forças de segurança anunciaram por intermédio de alto-falantes: "O alerta de segurança acabou. Por favor, retornem normalmente ao trabalho".
No último domingo, a polícia britânica afirmou que novos atentados terroristas poderiam ocorrer "a qualquer hora e em qualquer lugar" no Reino Unido.
Na próxima semana, policiais de todo o país discutirão estratégias de combate a novos ataques.
Em entrevista publicada ontem pelo jornal "Republican News", ligado ao IRA, membros não-identificados da organização terrorista reiteraram que a campanha de violência continuará enquanto conversas entre todas as partes envolvidas no conflito da Irlanda do Norte não forem convocadas.
"Todos os representantes políticos do povo irlandês precisam se sentar em torno da mesa de negociações", diz o IRA na entrevista.

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