São Paulo, sábado, 17 de fevereiro de 1996
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PF pedirá devassa em empresas da pasta rosa

ABNOR GONDIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A PF (Polícia Federal) vai pedir uma devassa fiscal nas empresas que teriam emitido as notas frias encontradas na pasta cor-de-rosa do Banco Econômico, que trazia uma lista de doações a políticos que disputaram eleições em 1990.
Os delegados envolvidos no inquérito notificarão a Receita Federal e as secretarias municipais e estaduais da Fazenda para investigar a contabilidade das empresas.
A primeira notificação envolverá a empresa Pint's Pintura Serigrafia e Comércio. A PF apreendeu um talonário de notas fiscais da empresa após ser comprovada a adulteração de uma de suas notas.
Segundo o inquérito, Palmiro Nascimento Cruz, dono da Pint's, disse que ficou surpreso ao verificar que uma nota emitida ao Banco Econômico havia sido adulterada com a colocação de um zero a mais.
Apesar da negativa do empresário, a PF decidiu apreender todo o talonário a que pertencia a nota.
Outro conjunto de notas suspeitas é do corretor Ary Gomes.
Ele disse ter emitido as notas ao Econômico como comissão recebida pela venda de imóveis financiados pelo banco e retomados de mutuários devedores.
Há suspeitas de que o empresário tenha vendido notas frias para ser usadas pelo banco para acobertar doações a candidatos em 1990.
Os delegados dizem que a investigação fiscal das empresas será solicitada após o Supremo Tribunal Federal decidir se aceita ou não dar andamento ao inquérito por envolver dez congressistas.
O deputado Sérgio Carneiro (PDT-BA), citado na pasta, disse ontem que nem ele nem seus auxiliares pediram dinheiro ao banco.
Ontem, o STF enviou o inquérito da pasta à Procuradoria Geral da República.

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