São Paulo, sábado, 17 de fevereiro de 1996
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Assembléia aprova acordo para o Banespa, que depende do Senado

DA REPORTAGEM LOCAL

A Assembléia Legislativa aprovou ontem, por 67 votos a 15, o projeto de lei que permitirá ao governo paulista pagar a dívida de mais de R$ 15 bilhões de São Paulo com o Banespa.
A aprovação ocorreu às 23h15 de ontem. Os deputados permaneceram reunidos para discutir 20 pontos menores do acordo em forma de emendas, mas que não mudam sua forma final.
Todos os 15 votos contrários foram do PT -que estava com um desfalque em sua bancada. Houve uma abstenção, a do presidente da Assembléia, Ricardo Trípoli (PSDB).
O projeto, agora, depende da aprovação dos senadores para ser viabilizado.
Sua votação mobilizou, ontem, um número inusitado de deputados estaduais para uma sexta-feira, ainda mais pré-Carnaval: às 18h30, 92 dos 94 parlamentares do Estado se encontravam na Casa.
O governo paulista aposta que, com a aprovação do projeto pela Assembléia, poderá cobrar com mais veemência a concordância do Senado para a emissão de R$ 7,5 bilhões em títulos federais para o governo de São Paulo.
Mesmo com o altíssimo quórum, a votação demorou. Isso porque o PT continuava, ainda ontem, obstruindo a votação do projeto.
Além disso, a nomeação de Luiz Antonio Marrey pelo governador Mário Covas (PSDB) desgostou peemedebistas, que romperam o silêncio, usando a tribuna para protestar contra Covas.
A mesma fórmula que o PT utiliza para prolongar a discussão: inscrevendo seus deputados para falar por meia hora, como permite o regimento da Casa.
A estratégia petista arrastou a sessão iniciada na noite de quinta-feira até as 7h de ontem, sem que o projeto fosse votado.
Até a 1h30 líderes do governo e do PT negociavam uma compromisso que tirasse o partido da obstrução. Mas por volta das 2h as duas partes jogaram a toalha na lona, encerrando as conversas.
O PT queria um documento escrito que garantisse o compromisso do governo em transformar o Banespa em instituição pública e em não demitir funcionários ou fechar agências por 180 dias.
O partido aceitava reduzir a "trégua" para até 90 dias.
Segundo o líder da bancada petista, Rui Falcão, eles aceitariam também que, em vez de assinado, o documento fosse lido pelo líder do governo, Walter Feldman (PSDB), no plenário.

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