São Paulo, sábado, 17 de fevereiro de 1996
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Privatização do setor energético deve render até R$ 4 bi para SP

LUIZ ANTONIO CINTRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A privatização das empresas paulistas do setor energético deve render ao Tesouro paulista entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões.
O cálculo, do secretário de Energia do Estado, David Zylbersztajn, equivale a 30% e 40% do valor do patrimônio líquido (total de ativos menos as dívidas) das quatros empresas: as elétricas Cesp (Companhia Energética de São Paulo), Eletropaulo e CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz) e a Comgás (Companhia de Gás de São Paulo).
As contas do secretário levam em consideração as dívidas das quatro estatais paulistas, que chegam a cerca de R$ 19 bilhões.
Teoricamente, o governo paulista poderia esperar que as quatro empresas conseguissem ser vendidas ao preço de R$ 10 bilhões -valor do patrimônio líquido.
No entanto, dificilmente os investidores pagariam esse valor ou mesmo um valor próximo disso, por causa da deterioração dessas empresas.
Daí o governo esperar algo entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões.
No entanto, a transferência para a iniciativa privada deve ocorrer de fato somente no segundo semestre do ano.
Isso porque o projeto de lei que regulamenta a reestruturação das empresas energéticas de São Paulo foi mandado ontem para a apreciação da Assembléia Legislativa, que deve votar somente no fim do primeiro semestre.
Segundo o projeto de Covas, as três empresas do setor elétrico serão divididas em 20 unidades de negócios, que vão abranger as áreas de produção, transmissão e distribuição de energia. Essas 20 unidades serão, então, vendidas.
A maior preocupação dos investidores é a falta de definição da política tarifária a ser seguida depois de as empresas deixarem de ser administradas pelo governo.
Segundo o secretário Zylbersztajn, a definição dessa política está a cargo do Dnaee (Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica) e deve levar ainda dois meses para ser concluída.
O secretário defende que cada Estado tenha autonomia para definir suas tarifas de maneira "mais livre". Isso significa, por exemplo, poder cobrar mais quando a energia oferecida, diz Zylbersztajn, "for de melhor qualidade".
Para ele, as tarifas de energia elétrica não precisarão ser reajustadas antes da privatização.
"Acreditamos que o nível atual das tarifas é adequado."
O projeto de lei enviado à Assembléia prevê que o acionistas minoritários terão preferência na subscrição de novas ações.

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