São Paulo, sábado, 17 de fevereiro de 1996
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Unibanco compra metade da Fininvest

DA SUCURSAL DO RIO

O Unibanco, que no final do ano passado assumiu o controle do Banco Nacional, entrou ontem no mercado de crédito direto ao consumidor ao adquirir 48,8% da financiadora carioca Fininvest, por cerca de R$ 10 milhões.
O controle da Fininvest passa a ser compartilhado pelo Unibanco e o Banco Icatu. O Icatu detinha o controle desde o ano passado.
Os dois bancos passam a deter 97,6% da Fininvest. O restante do capital da empresa pertence à família Antunes Maciel, sua fundadora.
A financeira continuará atuando de forma independente, operando, além do crédito direto ao consumidor, crédito a lojistas, o cartão de financiamento Fininvest, cartões tipo "private label" (cartões de lojas) e o cartão de crédito Fininvest Visa.
Segundo o Icatu e o Unibanco, nada muda para os atuais 1,8 milhão de clientes ativos da Fininvest. A financeira tem empréstimos no valor total de R$ 310 milhões e um capital total de R$ 40 milhões. O cadastro total de clientes é de três milhões de fichas.
Para Pedro Bodin, ex-diretor do Banco Central e atual diretor do Icatu, a atividade de financiar pequenos clientes -média de R$ 180 por operação- não prospera em ambiente de inflação elevada mas é das mais promissoras em conjuntura de estabilidade.
O problema da inflação, segundo ele, é que obriga à prática de juros muito elevados, exigindo o comprometimento de uma fatia muito grande do cliente com o pagamento da primeira prestação.
Segundo Bodin, como efeito das dificuldades inflacionárias, o crédito ao consumidor no Brasil representa apenas cerca de 5% do PIB (Produto Interno Bruto, total das riquezas produzidas no país).
Isso significaria cerca de US$ 30 milhões no ano passado, pelos números do Banco Central.
Nos Estados Unidos, de acordo com Bodin, esse percentual é de 25% do PIB, o que significa quantia em torno de US$ 1,5 trilhão.
O presidente do Unibanco, Tomas Zinner, disse que decidiu se associar ao Icatu como forma de diversificação de atividades dentro do setor financeiro.
"É um negócio totalmente diferente do banco comercial", disse Zinner. A opção pela Fininvest, segundo ele, foi porque a financeira já possui uma marca "bastante conhecida no mercado".
A Fininvest foi fundada há 34 anos e possui uma rede de 54 lojas, concentradas, principalmente, no Rio de Janeiro, Norte e Nordeste. A financeira tem planos de entrar no mercado de São Paulo.

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