São Paulo, sábado, 17 de fevereiro de 1996 |
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Descendentes patrocinam filme
DA REPORTAGEM LOCAL Parte dos patrocinadores de "O Quatrilho" adotou o projeto por razões quase sentimentais. São empresas da região onde o filme foi rodado. Seus diretores são, em geral, descendentes de imigrantes como os retratados no filme."Pelo fato de sermos uma empresa do Sul, o projeto nos atraiu, meio emocionalmente", diz o diretor-financeiro Odair Ferronato, da Defensa (fábrica de defensivos agrícolas). "O Rio Grande do Sul é um Estado com grande potencial de história e paisagem, mas estava fora do circuito nacional." Segundo Ferronato, a Defensa foi uma das primeiras empresas a aderir ao patrocínio do filme, comprando ações. A empresa não estava preocupada com sua imagem ou divulgação quando comprou as ações de "O Quatrilho". Para a Defensa, não importou o marketing cultural ou a possibilidade de ganho financeiro. "Nosso público é agrário, são pessoas que praticamente não vão ao cinema", diz Ferronato. A contribuição da empresa para o filme foi bem inferior ao que gastaram os patrocinadores maiores. Ficou em torno de R$ 25 mil. Mesmo nesse caso, a possibilidade de abater o investimento no imposto de renda foi decisiva. "A Lei do Audiovisual foi o grande canal para conceder o patrocínio." Outra empresa sulina, a Random Veículos, apoiou a produção por razões parecidas. "É a história das nossas origens", diz o diretor Milton Dallegrave. Como denuncia seu sobrenome, Dallegrave também é descendente de italianos. "São três quartos de italianos e um quarto de alemães, mais ou menos a composição do povo da serra gaúcha", diz, explicando sua genealogia. A Random não tem o hábito de patrocinar cultura. Dá algum dinheiro apenas para eventos regionais. "Não patrocinamos buscando qualquer retorno", diz Dallegrave. A contribuição da Random foi pouco superior à da Defensa, R$ 30 mil. Texto Anterior: 'O Quatrilho' vira sucesso financeiro Próximo Texto: Espanhol 'Tesis' é ovacionado na seção Panorama Índice |
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