São Paulo, domingo, 18 de fevereiro de 1996
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Caso de Petrópolis desafia ministério

TV a cabo surgiu em 58 na cidade

DA ENVIADA ESPECIAL A PETRÓPOLIS

O caso de Petrópolis é um desafio para o Ministério das Comunicações.
Se o governo mantiver a interpretação de que só empresas com concessão podem passar cabos pelas ruas para distribuir sinais de TV, os 26 pequenos operadores que atuam na cidade serão considerados clandestinos.
Mas, como considerar ilegal algo que é anterior a qualquer lei sobre o assunto?
O primeiro sistema de distribuição de TV por cabo de Petrópolis foi instalado em 1958, para melhorar a qualidade de recepção de imagens dos canais abertos de televisão.
Como a cidade foi construída sobre montanhas, os aparelhos de televisão só conseguem ter boa imagem com parabólica ou com o sistema de cabos.
Para receber as imagens da Globo, SBT e outros canais convencionais, os moradores pagam R$ 7,00 por mês às redes de cabos.
Paulo Rodrigues dos Santos, presidente da Associação Técnica de Antenas Coletivas de Petrópolis, diz que os prestadores do serviço se vêem no direito de não só continuarem o serviço mas de ampliá-lo.
"Precisamos transmitir canais estrangeiros para não perdermos a clientela. Quem transmite 10 canais, tem condição técnica de transmitir 20."
Passo
Elias Zeitune, 50, já deu o passo sonhado por Santos. Técnico em eletrônica, ele foi o primeiro (em 1986) a usar parabólica para captar os canais diretamente do satélite quando seus concorrentes ainda usavam antenas "espinha de peixe" no topo das montanhas.
A empresa de Zeitune se chama Zeisat, tem sete funcionários e 2.500 assinantes. Perguntado sobre o que espera do futuro, Zeitune responde: "Estou pagando para ver. Se for preciso, irei à Justiça defender minha empresa".

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