São Paulo, domingo, 18 de fevereiro de 1996
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Momento é bom para abrir capital, afirmam analistas

FÁTIMA FERNANDES; MÁRCIA DE CHIARA
DA REPORTAGEM LOCAL

Analistas de mercado de capitais e consultores de varejo concordam que hoje é o momento propício para as lojas se tornarem companhias abertas com ações negociadas nas bolsas de valores.
"O processo de abertura de capital das empresas do varejo deve se acelerar em 1996", diz Eduardo Rangel, gerente de mercado de capitais do Banco Pactual.
O banco é especializado em preparar as empresas para se tornarem companhias abertas.
É que, para competir com as companhias estrangeiras, como a Wal-Mart e outras, que já entraram ou pretendem atuar no varejo brasileiro, as nacionais têm de investir rapidamente grandes quantias em modernização, racionalização e expansão da rede de lojas.
Renato Maurício Pinto, analista de investimentos do Banco Paribas, que cuidou da abertura de capital do Pão de Açúcar, diz que o varejo precisa de dinheiro para bancar expansão e modernização.
E uma das formas de captar recursos para investimentos, sem se endividar, é vender ações.
"Esse processo é inexorável para poder competir", diz Cláudio Felisoni, consultor e coordenador do Fórum Provar de empresas do varejo da Universidade de São Paulo.
E o momento também é oportuno para empresas que querem captar dinheiro, diz Rangel.
"Hoje as ações estão com um preço bom para venda. Esse mercado se valorizou 30% de dezembro para janeiro."
Segundo o analista, as empresas do varejo brasileiro estão atraindo muito os investidores estrangeiros.
Motivo: com a queda da inflação, desde a entrada do Plano Real, aumentaram a renda disponível da população e o consumo. "O Brasil tem grande potencial de crescimento nesse setor."
O investidor internacional gosta do varejo porque é um dos setores que mais crescem com a economia estabilizada, diz João Alberto Bernacchio, presidente da Abamec (Associação Brasileira dos Analistas de Mercado de Capitais).
Exemplo: as empresas mexicanas de capital aberto que mais cresceram desde 1986 foram as do comércio, devido à recuperação da economia, diz Bernacchio.
O analista do Banco Paribas diz que o varejo é setor bem menos vulnerável, que responde rapidamente quando a economia cresce.
Para o investidor, diz Bernacchio, o momento é igualmente o oportuno para aplicar em ações.
É que, com a tendência de queda das taxas de juros, é melhor, daqui para frente, investir em renda variável, como em ações.
(FF e MCh)

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