São Paulo, domingo, 18 de fevereiro de 1996 |
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Varejo investe em abertura de capital
FÁTIMA FERNANDES; MÁRCIA DE CHIARA
Casas Bahia, Ponto Frio, Magazine Luiza, a rede de farmácias Pague Menos e o Tulha Supermercados, por exemplo, declaram que estão decididas a vender suas ações em Bolsas de Valores. Além dessas, a Folha apurou que é grande o número de empresas do comércio que já estuda obter dinheiro para investir por meio do lançamento de ações. A Casas Bahia, dona de faturamento de cerca de R$ 1,5 bilhão, vai abrir o capital no segundo semestre. "O dinheiro que entrar será usado para financiar o freguês", diz Samuel Klein, proprietário. O Ponto Frio já se prepara para vender ações a partir do mês que vem. Albert Arar, diretor, diz que a idéia é obter R$ 50 milhões no mercado de capitais. A empresa faturou R$ 1,069 bilhão em 1995. "Vamos modernizar e expandir nossos negócios", afirma. Segundo ele, a estratégia da empresa é informatizar a rede de lojas. No Magazine Luiza, a abertura do capital está programada para 1997, informa Onofre de Paula Trajano, diretor da holding MTG, que controla a empresa. Ao abrir o capital, diz, a empresa obtém recursos para se modernizar sem custos. "Se tomarmos dinheiro emprestado dos bancos, teremos que pagar juros, que hoje variam de 4% a 5% ao mês." Trajano diz que as famílias que controlam a holding MTG -Trajano, Garcia e Donato- pretendem vender no máximo 30% do capital total (sem direito a voto) do Magazine Luiza. A rede de farmácias Pague Menos, que atua nas regiões Norte e Nordeste, é outra que está com tudo engatilhado que para se tornar uma empresa de capital aberto. "Até julho deste ano, vamos lançar entre R$ 30 milhões e R$ 50 milhões em ações nas Bolsas. Não queremos nos endividar. Nós queremos sócios", diz Francisco Deusmar Queirós, diretor-presidente da empresa, que fechou 1995 faturando US$ 312 milhões. O objetivo de ampliar a sociedade -hoje formada por Queirós e outro sócio- é obter recursos para abrir 20 novas lojas em Recife (PE) e mais 20 em Salvador (BA). Além disso, os atuais donos querem usar essa injeção de capital para reforçar a atuação nos 85 pontos-de-venda espalhados por 18 cidades do Norte e Nordeste. Segundo Queirós, a intenção de se tornar uma empresa de capital aberto é antiga. "Estávamos só esperando o momento propício". Firmino Rodrigues Alves, diretor-presidente do Tulha Supermercados, que também está se preparando para abrir seu capital, diz que não faz questão de continuar tendo o controle da empresa. "O Tulha tem que abrir o capital para ser grande. Não adianta ser presidente e pequeno. Prefiro ter 20% do capital da empresa ganhando mais do que ter 51% das ações ganhando menos", afirma. Rodrigues Alves conta que, desde 1993, o Tulha, que tem 19 lojas em São Paulo e interior, está se preparando para abrir o capital. Na sua análise, quem não abrir o capital até o ano 2000 não terá condição de competir. A sua empresa, que faturou US$ 165 milhões em 95, deve estar pronta para isso no segundo semestre de 97. No rol das candidatas a abrir o capital está a rede Sé de supermercados, com 17 lojas e faturamento de US$ 450 milhões em 95. Peter Hardtmeier, diretor-presidente, não descarta a hipótese de negociar ações em Bolsa. "Estamos avaliando a possibilidade." LEIA MAIS sobre abertura de capital na pág. 3 Texto Anterior: Banco Rural lucra US$ 35 mi em 1995; Comabem cresce 151% em um ano; Abric vai fiscalizar "dumping" no Brasil; AGF Brasil conquista 23 mil novos clientes; Antecipação salarial é reaquecida no mês; AlphaGraphics abre sua 13ª loja no país; VIP Check começa a credenciar lojistas; Banco Multiplic apóia Fórum de Debates Próximo Texto: Para Arapuã, valeu a pena Índice |
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