São Paulo, domingo, 18 de fevereiro de 1996
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Empréstimo bancário perde importância

FÁTIMA FERNANDES; MÁRCIA DE CHIARA
DA REPORTAGEM LOCAL

Escapar do financiamento bancário e valorizar o patrimônio da companhia são as principais vantagens obtidas pelas empresas que têm ações negociadas em Bolsa.
Ao captar recursos emitindo ações, a empresa torna-se independente dos empréstimos bancários para fazer frente aos investimentos de longo prazo.
Com isso, não tem de pagar juros para o banco e muito menos o compromisso de devolver o dinheiro dentro de um prazo determinado, o que pode limitar o projeto de investimento. A obrigação da empresa aberta é mostrar resultados para os seus acionistas.
Segundo os analistas, o dinheiro captado no mercado é uma fonte de recursos mais abundante e barata do que a dos bancos.
A outra vantagem de abrir o capital, dizem os especialistas, é saber exatamente quanto a empresa vale no mercado.
É que, com base no preço das ações na Bolsa, tem-se uma noção do valor da empresa, que envolve, além das instalações físicas, desempenho de vendas, administração e imagem no mercado.
Outra vantagem de ter o capital aberto é dar maior liquidez ao patrimônio. Fica mais fácil transformá-lo rapidamente em dinheiro.
Isso porque a propriedade da empresa está pulverizada nas mãos dos inúmeros acionistas, o que acaba facilitando a venda.
Renato Maurício Pinto, analista de investimentos do Banco Paribas, que fez a operação de abertura de capital do Pão de Açúcar, diz que uma das vantagens de abrir o capital é preparar a empresa para futura venda ou associação.
Entre as desvantagens de abrir o capital, os analistas apontam o pesado ônus tributário.
Como a companhia aberta deve satisfações aos acionistas e tem o seu balanço fiscalizado por auditores independentes, isso limita a possibilidade de a empresa fazer operações financeiras que permitem reduzir o pagamento de impostos.
(FF e MCh)

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