São Paulo, domingo, 18 de fevereiro de 1996
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Brasil tem tudo para ir a Atlanta

TELÊ SANTANA

A seleção brasileira tem tudo para conquistar uma das duas vagas sul-americanas em disputa no Pré-Olímpico da Argentina, que começa hoje.
O motivo básico do favoritismo da nossa seleção é a capacidade de renovação do futebol no país.
O futebol brasileiro hoje é muito rico e há muitos bons jogadores na faixa de idade do Pré-Olímpico.
Além da renovação, que vem ocorrendo nos últimos anos, levamos vantagem ainda pela experiência dos jogadores reunidos por Zagallo.
Apesar de jovens, quase todos são atletas já experimentados, titulares em seus times.
Amaral, Flávio Conceição, Roberto Carlos, Beto e Gélson Baresi já foram campeões brasileiros. Arílson participou da vitoriosa campanha do Grêmio em 95. André foi campeão mundial com o São Paulo.
Além disso, podemos contar com a experiência internacional de Roberto Carlos, Juninho, Caio e Arílson, que jogam em clubes da Europa.
Na nossa chave, o maior adversário será o Uruguai, que tem tradição de boas equipes.
É difícil que uma das vagas não fique com a Argentina. Além de jogarem em casa, os argentinos também têm uma boa safra de jogadores jovens.
O principal problema da seleção brasileira nos jogos preparatórios foi o excesso de gols perdidos. O time cria as chances, mas erra nas finalizações.
Esse problema, aliás, não é exclusivo da seleção. Afeta a maioria dos clubes brasileiros.
Os pontos fortes da seleção são Sávio, que é um artilheiro e atravessa excelente fase, e os laterais. Temos ótimas opções pelas laterais, um setor essencial no futebol de hoje.
Acredito que o Brasil pode não só se classificar para Atlanta, mas também conquistar o ouro olímpico, único título que nos falta.
Ainda mais que poderemos levar até três jogadores além do limite de idade de 23 anos.
Podemos acrescentar experiência e talento nos três setores, defesa, meio-campo e ataque. Defendo até a convocação de jogadores que atuaram na última Copa.
Isso vai permitir corrigir uma deficiência na zaga, com Aldair, por exemplo. Para o meio, temos o Giovanni. Mas opções não faltam a Zagallo.
Por falar em opções, nunca foi tão fácil armar a seleção brasileira. Durante o ano, surge uma série de bons jogadores, como o próprio Giovanni.
No São Paulo também aparecem bons jogadores, que até poderiam ser úteis ao time de Zagallo. Denílson e Edmílson, por exemplo, têm idade para disputar a Olimpíada.

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